A guerra russo-ucraniana já demonstrou que o mundo pode viver momentos tenebrosos se perdurar por mais tempo. Todos os âmbitos da vida humana estão a ser afectados. É como se tudo estivesse debaixo dos misseis que caem naquelas terras distantes. Apesar do impacto não chegar, literalmente, através das bombas, a pólvora se espalha pelos quatro cantos empurrada pela força dos ventos de desalento.
A economia mundial sofre e Moçambique não é excepção. Neste sentido, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique – CTA reconhece que as sanções ocidentais sobre a Rússia estão a impactar negativamente a economia moçambicana, sobretudo as Pequenas e Medias Empresas (PME).
Segundo o presidente da CTA as PME sofrem em demasia, pois “são obrigadas a reunir um elevado número de meticais para fazer face a um único dólar”.
Na visão de Agostinho Vuma a inflacção vai piorar a situação da empresas nacionais, pelo que espera que o Banco de Moçambique, “adopte medidas macroeconómicas que possam controlar a subida de preços”.
A CTA considera também que devido a esta guerra, “a breve trecho, poderemos assistir, em Moçambique, a uma escalada de subida das taxas de juro e isso vai sufocar a nossa economia, sob o ponto de vista de retoma de créditos para o investimento directo”.
No seu entender, esta situação se agrava sobretudo pelo facto de Moçambique ser importador directo de mercadorias tanto da Rússia, quanto da Ucrânia, entre as quais se destacam cereais e lubrificantes.
Por seu lado, o economista Custodio Duma, citado pela vaoportugues, defende que, tal como as empresas, as famílias moçambicanas devem receber um suporte “”para poderem amortecer o impacto desta guerra”, desde a subida do preço dos combustíveis a do pão.
O primeiro-ministro, Adriano Maleiane, reconheceu que a situação prevalecente na Ucrânia já está a ter impacto ao nível da economia mundial e particularmente a moçambicana, no que diz respeito aos preços dos produtos como combustíveis e cereais.
“O Governo vai ser obrigado a rever em baixa o crescimento da economia, e a inflação vai subir muito por causa desta guerra”, disse o economista Luís Taula.