A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou a iniciativa Covax Facility com o objectivo de vacinar cerca de duas mil milhões de pessoas em todo o mundo. Esse propósito teve o incentivo moral dos países mais ricos que prometeram a OMS doses suficientes para la se chegar, mas não foi muito mais do que isso. Aquele número ficou pela metade, apenas 907 milhões de imunizantes foram distribuídos até agora.
Os países mais ricos do mundo doaram cerca de 20% de doses de vacinas necessárias para imunizar o número de pessoas estimado pela OMS.
A desigualdade na aplicação dos imunizantes é muito expressiva. Em média, 58,4% da população global recebeu pelo menos uma dose de vacina. Nos países mais pobres do mundo, esse percentual é de 8,5%.
Até então, o propósito traçado parece estar longe de ser alcançado tomando em consideração que esses países estão agora a imunizar as suas populações, incluindo criança e adolescentes, com a terceira dose (de reforço) devido a variante ómicron.
Os Estados Unidos, por exemplo, haviam se comprometido a doar 587,5 milhões de doses, mas só 193,4 milhões chegaram ao Covax até agora. Desse total, apenas 140,3 milhões foram entregues as nações carentes.
A União Europeia chegou a anunciar que disponibilizaria 451,5 milhões de doses. Desse total, chegaram ao sistema Covax 298,3 milhões de doses e apenas 57,8 milhões já foram distribuídas e aplicadas. No Reino Unido, das 100 milhões de doses prometidas, só 26,2 milhões foram entregues ao Covax e muito poucas chegaram ao seu destino.
E nisto recorde-se que algumas vacinas, tanto da América e Europa, chegaram aos destinos já com o prazo de validade prestes a expirar.
O Covax não funciona apenas com doações, já que alguns países compraram vacinas a preços mais baixos.