Uma equipa de investigadores do hospital Bambino Gesù, em Roma (Itália) procurou cartografar as mutações da variante ómicron da Sars-Cov-2 e compará-la com as imagens já existentes da variante delta.
O que já se sabe é que a variante ómicron apresenta maior número de mutações – cerca de 30.000 – relativamente as outras, mas, como alertaram os investigadores, não significa maior risco de infecção e sintomas mais intensos.
Segundo explicações da equipa de investigadores, a ómicron, por si só, já carrega várias mutações “concentradas sobretudo numa zona da proteína [spike] que interage com as células humanas”, e as que se originam a partir de si “são bem visíveis” na imagem.
Porém, um maior número de mutações não significa, por si só, que seja mais perigosa, mas sim “que o vírus se adaptou mais uma vez à espécie humana gerando outra variante”.
E corrobora com essa análise o imunologista e Director do grupo de investigação de vacinas da Universidade de Oxford, Andrew Pollard, que desenvolveu a vacina da Covid-19 para o laboratório AstraZeneca.
““As mutações [da Ómicron] existem noutras variantes, e as vacinas conseguiram prevenir a doença grave com as [variantes] Alpha, Beta, Gamma e Delta”, afirmou.
A investigação se centrou nas mutações ao nível da “estrutura tridimensional da proteína spike”, segundo explicações da professora de microbiologia clínica na Universidade de Milão e investigadora no hospital Bambino Gesù, Claúdia Alteri.
“Esta imagem, que representa um pouco o mapa de todas as variantes, descreve as mutações da Ómicron”, mas não revela que “papel” têm, recorda Alteri.