O desembolso de fundos para o programa de reconstrução pós-ciclones Idai e Kenneth na região centro e norte continua aquém das necessidades. Até agora, apenas 550 milhões de dólares é que já foram canalizados por diferentes parceiros de cooperação.

O governo estimou as necessidades para a reconstrução em cerca de 3,2 mil milhões de dólares, tendo os parceiros assumido, na Conferência Internacional de Doadores da Beira, o compromisso de conceder 1,6 mil milhões de dólares. Ainda assim, o valor já canalizado continua ainda a estar longe da promessa dada pelos parceiros.

Segundo o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, João Machatine, Machatine do valor já desembolsado pelos parceiros, 346,9 milhões de dólares já foram executados, explicando que, apesar do covid-19, esses recursos permitiram intervir nas infra-estruturas e sociais nas províncias afectadas na primeira fase do programa de recuperação e reconstrução pós-ciclones.

“No sector de água e saneamento, foram substituídos cerca de 58 quilómetros de rede de distribuição e perspectiva-se a abertura de 113 furos multifuncionais, construção de 17 mini-sistemas de abastecimento de água que usem energia solar em Sofala e Manica”, disse o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, acrescentando que “no sector da habitação, só foi possível mobilizar 100 dos 750 milhões de dólares necessários, tendo sido estabelecida a capacidade para a construção e reabilitação de 21 mil casas para igual número de famílias e construídas 2 512, uma realização de 12%”.

Já para o sector da educação, as necessidades estão estimadas em 135,8 milhões de dólares com a destruição de 4 745 salas de aula. No entanto, o governo aponta que este sector apresenta uma taxa de mobilização de fundos de 98%, com a confirmação de 132,6 dos 138,5 milhões de dólares necessários, tendo sido possível construir ou reabilitar 1900 salas de aula danificadas pelos ciclones, das quais 1 747 na província de Sofala.

No âmbito do Programa de Reconstrução e Recuperação pós-ciclones, o Banco Mundial disponibilizou 20 milhões de dólares para o projecto de recuperação resiliente de três mil salas de aula, que consiste em corrigir ou padronizar intervenções já realizadas em códigos de construção recomendáveis.