O escritor moçambicano, Carlos Nhangumele, lança a sua primeira obra literária intitulada “Vinte (e) Vinte (um)”, esta sexta-feira, às 17h, no Instituto Nília, na cidade de Maputo.

Trata-se de uma colectânea de crónicas e contos (“cronicontos” nas palavras do autor, inspirado pelo prefaciador) escritos durante os momentos mais críticos da pandemia da Covid-19, em Moçambique e no mundo. E é também neste contexto que se desenrolam as estórias do livro.

“O que abordo vai desde a questão da prevenção contra a Covid-19, os medos que a sociedade vive e viveu, até aos namoros efémeros originados pela pandemia”, disse Carlos Nhangumele.

O autor contou ao MZNews que para esta sua estreia no campo das letras procurou generalizar as temáticas, não obstante haver especificidade no tópico tratado em alguns textos.

“A maior parte dos textos que compõem a colectânea vêm de situações que vivi em meio daa Covid-19”, disse Nhangumele, assumindo que, o confinamento foi o grande motivo que o levou a escrever. Ou seja, embora as medidas restritivas tenham sido um fardo “houve quem soube aproveitar o tempo e criar, e eu acredito que houve muita produção literária nesse tempo”.

Nhangumele, no entanto, disse que a veia literária lhe surgiu há cerca de cinco anos. Neste sentido, aquela que seria a sua primeira colectânea de textos está ainda na fase de “polimento” até que chegue ao público.

Assim, o autor encontrou em 2021 a oportunidade temporal para lançar “Vinte (e) Vinte (um)” buscando um impacto mais “tangível” dado o aparente controlo da pandemia.

“Acabei trocando. A primeira coletânea, escrita em 2016-2017, passou para depois e peguei nesta que era a segunda, porque se tivesse que lançá-la dois anos depois não teria o mesmo impacto que possa ter agora”, revelou.

Talvez fosse cedo pensar já numa segunda obra, mas as mãos estão mesmo em obra. Revelou-nos o autor que, ainda este ano, um livro de contos infanto-juvenis pode chegar às livrarias “lá para Dezembro”. Tudo está dependente dos trabalhos em curso.

“Vinte (e) Vinte (um)” sai sob a chancela da “Bantus Publicações”, com uma tiragem de 200 exemplares para esta primeira fase e conta com o prefácio do também escritor moçambicano Hélder Muteia.

Carlos da Graça Nhanguleme licenciou-se em Literatura Moçambicana pela Universidade Eduardo Mondlane, onde actualmente frequenta o curso de Mestrado em Ensino de Português como Língua Segunda. Além disso, é professor multidisciplinar com especificidade em ensino de Português e Técnicas de Escrita no Instituto Nília em Maputo. No seu portfólio incluem-se igualmente mentoria em Revisão Linguística e preparação para exames de admissão ao ensino superior.