Os produtores africanos de petróleo começam a manifestar publicamente o seu desacordo com planos que possam os forçar a reduzir a sua produção como parte dos programas de combate às alterações climáticas no mundo. Segundo a esses países africanos, a produção de petróleo é sua principal fonte de riqueza.
Representantes de diversos países africanos disseram durante a Cimeira do Clima em Glasgow na Escócia e no Dubai na Semana de Petróleo África (Africa Oil Week) que não tencionam reduzir a sua produção e, pelo contrário têm planos para a aumentar de acordo com os seus interesses.
A justificação desses países africanos é que o continente é responsável por apenas 3,7% das emissões de CO2, um indício claro do seu sub-desenvolvimento e que, portanto, precisam de usar os seus recursos para financiar o seu crescimento.
Segundo o ministro das Minas, Petróleo e Energia da Costa do Marfim, Thomas Camara, os países africanos “compreendem que há que mitigar os danos ao planeta e é por isso que assinámos um plano de transição energética”. Porém, “as nações africanas têm que garantir o acesso à energia da nossa população e não vamos virar as nossas costas às companhias de petróleo e gás porque temos que assegurar a felicidade e mesmo a existência das nossas populações”.
Perfilhando a mesma posição, ministro dos Petróleos e Minas do Quénia, John Munyes, argumenta que o continente continua ainda com sério desafio de desenvolvimento, sobretudo acabar com a fome, pelo que a produção é a única fonte que pode tirar os africanos da miséria.
“Queremos desenvolver os nossos recursos em África, tal como os nossos irmãos no Ocidente o fizeram”, disse John Munyes.
Dados indicam que as reservas conhecidas de petróleo em África ascendem a mais de 100 mil milhões de barris espalhados por 11 países, incluindo Angola com 8 500 milhões de barris de reservas conhecidas. E em conjunto, Moçambique, Nigéria e Argélia têm cerca de 6% das reservas de gás do mundo.