Cabo Delgado: Mais de 700 jovens beneficiam-se de formação profissional no âmbito do projecto de reconstrução

O secretário de Estado da Juventude e Emprego revelou ontem, que pelo menos 750 jovens já foram formados no quadro da reconstrução de Cabo Delgado, província afectada pelo terrorismo desde 2017.

Trata-se de uma iniciativa que visa a estabilização da situação de segurança com a chegada de tropas estrangeiras em 2021, no âmbito dos esforços para criar oportunidades para a juventude e evitar recrutamentos pelos grupos armados que têm protagonizados ataques naquela província.

Segundo Oswaldo Petersburgo que falava após uma reunião com o secretário de Estado do Trabalho de Portugal, Miguel Fontes, que realiza uma visita a Moçambique, os esforços para proporcionar oportunidades começam a surtir efeito, na medida em que a juventude de Cabo Delgado está a ter um papel crucial na reconstrução da província.

“As casas e infra-estruturas públicas, incluindo estradas, que foram destruídas estão a ser reconstruídas por jovens, num modelo de formação e produção”, declarou Oswaldo Petersburgo, citado pela Lusa, destacando o papel de Portugal na componente da capacitação dos formadores.

Por sua vez o secretário de Estado do Trabalho de Portugal, destacou sobre a necessidade do reforço da cooperação, estando em carteira vários projectos, incluindo um possível financiamento para construção de um centro de formação profissional na ilha de Moçambique (Nampula), onde a cooperação portuguesa apoia diversos projectos.

“Portugal tem interesse em ajudar Moçambique a responder localmente aos anseios da sua população mais jovem, em função das prioridades do Governo […] Estes jovens são essenciais para o desenvolvimento de Moçambique”, declarou à comunicação social em Maputo Miguel Fontes.

O desemprego e a falta de oportunidades – nomeadamente nos investimentos emergentes ligados ao gás – têm sido apontados por diversos observadores como algumas das causas de recrutamento.

Nos últimos tempos, várias entidades têm estado a anunciar projectos que visam criar oportunidades para a juventude da região, incluindo o Governo, que criou a Agência de Desenvolvimento do Norte (ADIN) para a operacionalização de projectos de desenvolvimento social, mas o problema persiste.

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