UNICEF alerta para o risco de aumento de doenças após o ciclone Jude em Moçambique

UNICEF alerta para o risco de aumento de doenças após o ciclone Jude em Moçambique

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) alerta para o risco de propagação de doenças, sobretudo nas crianças, após a passagem do ciclone Jude que afecta Moçambique desde segunda-feira (10), tendo já provocado quatro mortos e 18 feridos na província de Nampula.

Segundo o chefe de Comunicação e Parcerias da UNICEF, Guy Taylor, que falava numa entrevista à ONU News, citada pela DW, as capacidades de resposta humanitária em Moçambique estão sobrecarregadas na sequência dos ciclones de Dezembro e Janeiro. E as crianças estão particularmente vulneráveis.

Além dos danos generalizados nas infra-estruturas, inundações e cortes de electricidade, a passagem do ciclone tropical Jude suscita preocupações sobre a saúde das crianças, uma vez que as cheias aumentam o risco de doenças como a cólera, a diarreia e a malária.

Guy Taylor, mostrou-se preocupado com o facto de quase todas as bacias hidrográficas e represas nas províncias de Nampula e Zambézia já estarem cheias, perspectivando “graves” e “inevitáveis” inundações.

”É uma situação muito preocupante num país onde já temos cerca de 3,4 milhões de crianças em situação de carência humanitária. Isto vai piorar bastante as suas vidas”, alertou o responsável.

Na sequência deste ciclone, a UNICEF, que tem trabalhado com o Governo moçambicano, nomeadamente na distribuição de kits de ajuda de emergência, estima que 1200 escolas e cerca de 120 unidades de saúde ficarão danificadas ou destruídas.

Esta terça-feira, a UNICEF anunciou a alocação de um fundo de emergência de 5,5 milhões de euros para apoiar as vítimas do ciclone Jude.

De acordo com os dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), o ciclone Jude destruiu 380 casas e 27 escolas nas províncias de Nampula e Zambézia.

Este é o terceiro evento extremo em quatro meses e o receio é que tenha impactos ainda maiores, nomeadamente na saúde das crianças.

Os eventos extremos, como os ciclones, provocaram mais de mil mortos em Moçambique entre 2019 e 2023, afectando cerca de 4,9 milhões de pessoas, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).

 

(Foto DR)

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