O Conselho Municipal da Cidade de Nampula revelou que depois de um trabalho de prova de vida identificou um total de 489 funcionários, que estavam integrados naquela instituição, com direito de salários mensais, cuja sua existência não foi provada.
Trata-se de um escândalo despoletado pelo actual edil, com eventuais ramificações criminosas, pois o dinheiro do erário público estava a ser pago a pessoas que não prestavam qualquer serviço ao Conselho Autárquico de Nampula.
Aliás, para além deste número, a edilidade de Nampula identificou também 1011 funcionários em situação irregular, uns com contratos de trabalho fora do prazo e outros sem vistos do Tribunal Administrativo (TA), mas que mensalmente recebiam os seus ordenados.
Este esquema fraudulento, segundo cita o portal local “Wamphula-fax”, resulta de um trabalho preliminar de início de mandato do actual elenco, realizado logo após ao início de funções, onde foram cadastrados aproximadamente 2025 funcionários, que mensalmente pesam a folha salarial da edilidade.
Estas revelações constam do informe do actual edil Luis Giquira, prestado na passada quarta-feira, no decurso da I Sessão Ordinária da Assembleia Municipal, anunciando ainda que só os funcionários fantasmas custavam a edilidade, pouco mais de 7 milhões de meticais por mês.
“Nós quando assumimos o comando do município, deparamos com muitos problemas dos contratos de trabalho dos funcionários e por conta disso fizemos uma espécie de mapeamento dos funcionários, chamamos para que viessem se registar e poder conhecer em que sectores estavam a trabalhar. Infelizmente, 489 funcionários não apareceram até hoje, não sei se vão aparecer amanhã, mas para nós acreditamos que são fantasmas e não podiam estar na nossa folha de salário” explicou Giquira.
Com efeito, segundo garantiu o autarca, está em curso um trabalho de inquérito para apurar mais detalhes por detrás da situação.
Giquira denunciou ainda que de um total de 61 trabalhadores, recentemente contratados pela edilidade para desempenhar algumas actividades, 34 apresentaram vistos falsos do Tribunal Administrativo.
Por causa de várias irregularidades, Giquira indicou que 13 funcionários e agentes do Estado desta instituição, foram solicitados pelo tribunal, para serem interrogados com vista a esclarecer algumas dúvidas.
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