As autoridades moçambicanas de saúde notificaram a ocorrência de pelo menos 150 óbitos no país, nos últimos dois meses, após a eclosão de surtos de cólera nas regiões centro e norte.
Com 41% do total dos casos cumulativos reportados em todo o país, o distrito de Gilé, província central da Zambézia, foi o que registou o maior número de infecções.
Os dados foram avançados pelo porta-voz do Conselho de Ministros, Filimão Suaze, durante o habitual briefing à imprensa ontem, em Maputo.
“São dados nacionais, de 14 de Setembro (de 2023) até ao dia de ontem, 13 de Novembro. Podemos referir que há 36.930 casos cumulativos. Referir também que há um total de 150 óbitos, portanto uma taxa de letalidade de 0,4%”, disse Suaze, citado pela AIM.
Nas últimas 24 horas, o país registou 70 casos de cólera, 62 internados. Nos últimos sete dias as autoridades sanitárias notificaram 505 novos casos.
O surto de também afecta as províncias de Cabo Delgado e Nampula, ambas na região norte e Tete no centro.
“Em termos de distritos activos podemos mencionar Montepuez, Chiúre (província de Cabo Delgado) cidade de Nampula; Zumbo (Tete) Macanga Gurúè. Mocuba e Gilé (Zambézia)”, disse Suaze.
Refira-se que na anterior sessão (38ª), o Conselho de Ministros decidiu enviar brigadas para as províncias do centro e norte do país com a missão de avaliar no terreno a eclosão de surtos de doenças diarreicas, particularmente a cólera, associados com o início da época chuvosa em Outubro último.
A cólera é transmitida por contaminação fecal-oral directa ou pela ingestão de água ou alimentos contaminados.
Na última época chuvosa, Novembro de 2022 a Maio de 2023, a cólera afectou mais de 30 mil pessoas em Moçambique e fez pelo menos 141 mortes, segundo dados do Ministério de Saúde.
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