Joaquim Chissano classifica golpes de Estado em África como retrocesso à paz e democracia

O antigo chefe de Estado, Joaquim Chissano, classificou nesta terça-feira os golpes de Estado em África como um “retrocesso para a paz e democratização” do continente, considerando que a União Africana (UA) deve encontrar soluções.

Anotando que as soluções dos golpes recentes no Níger e Gabão dependem das habilidades dos blocos regionais, na África central e ocidental, respectivamente, Joaquim Chissano, vincou, que “a UA tem que estudar [o fenómeno] para desencorajar a solução através do golpe de estado”.

Em declarações a jornalistas após um evento público em Chimoio, no centro do país, Joaquim Chissano, precisou que “os golpes militares são “um fenómeno que infelizmente contraria a decisão da União Africana”.

Citado pela Lusa, Chissano entende que os golpes devem ser desencorajados para que não haja “mudanças inconstitucionais dos governos”.

“Penso que há sabedoria suficiente para voltarmos à paz”, frisou o antigo chefe de Estado moçambicano.

Recorde-se que na segunda-feira, 04, o líder golpista no Gabão, tomou posse cinco dias depois de um grupo de militares anunciar ter tomado o poder, pouco depois de a comissão eleitoral ter declarado a vitória de Ali Bongo nas eleições presidenciais e legislativas do dia 26 de Agosto, que a oposição considerou fraudulentas.

Os golpistas afirmaram que o escrutínio não foi transparente, credível ou inclusivo e acusaram o Governo gabonês de governar de forma “irresponsável e imprevisível”, prejudicando assim a “coesão social”.

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