Nyusi aprecia estratégia da Indonésia que obriga à transformação local de minérios

O Presidente da República, Filipe Nyusi, admitiu nesta quarta-feira, a possibilidade de Moçambique seguir o exemplo apresentado pelo homólogo da Indonésia e proibir a exportação de alguns minérios, obrigando à sua transformação local.

O chefe de estado moçambicano considerou que Joko Widodo “é um Presidente bastante visionário, que conseguiu em muito pouco tempo revolucionar o seu país e evoluir, e fazer parte das cinco economias da região onde o país se encontra”, afirmando tratar-se de uma das experiências que Moçambique pode aprender com a Indonésia.

“É uma experiência que deverá ser capitalizada. Naturalmente que leva tempo para criar essas bases, mas com um pouco mais de coragem isso se faz, e se faz muito bem. E nós temos produtos, não só minérios, mas outros, que podem começar a ser proibidos, de facto, a sua exportação, para poder passar a ser feito aqui, em Moçambique”, apontou Filipe Nyusi, em declarações na Presidência da República, em conjunto com o homólogo indonésio, Joko Widodo, que recebeu em Maputo.

Nyusi sublinhou que “Joko Widodo no seu país, proibiu a exportação do níquel, bauxite, do cobre. Não se exporta, não há quem pode escavar e exportar. Escava-se, transforma-se lá. E perguntei quantas empresas conseguiu nesse âmbito. Disse-me que mais de 48 novas empresas, nasceram, indústrias, portanto, para poder transformar esses produtos e ao mesmo tempo deu emprego a muita gente”.

Segundo a Lusa, os dois chefes de Estado reuniram-se na manhã desta quarta-feira, na Presidência da República, no âmbito da visita de Joko Widodo, o primeiro Presidente da República da Indonésia a visitar Moçambique, e assistiram depois à assinatura entre os dois governos de um memorando de entendimento sobre controlo de medicamentos e produtos biológicos, envolvendo as respectivas autoridades reguladoras, bem como uma carta de intenções sobre cooperação no domínio da defesa.

“Decidimos que vamos criar uma força conjunta, uma ‘task force’, que vai trabalhar a partir de agora para áreas concretas, sobretudo aquilo que os nossos irmãos sabem fazer e aquilo que nós sabemos ou possuímos para juntos fazermos”, anunciou igualmente Filipe Nyusi.

Esse grupo de trabalho vai explorar áreas como a industrialização, a exploração e distribuição de gás, pescas e até nos testes médicos, com a exportação para a Indonésia do algodão moçambicano para esse efeito.

Joko Widodo destacou na sua intervenção que Moçambique é “primeiro parceiro” da Indonésia em África, cujas trocas comerciais continuam a crescer, e defendeu que é preciso “optimizar” o acordo “preferencial” que já existe entre os dois países.

Em cima da mesa, disse ainda, está a possibilidade de a Indonésia vendar locomotivas a Moçambique, mas Joko Widodo disse também que os dois países vão trabalhar num acordo de protecção recíproca de investimentos.

O Presidente indonésio chegou na terça-feira a Maputo para uma visita de trabalho de dois dias.

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