Num processo “problemático” Jornalistas elegem novo Secretário-Geral

Num processo “problemático” Jornalistas elegem novo Secretário-Geral

Profissionais da comunicação social elegem hoje, em Mafambisse, distrito de Dondo, província de Sofala, o novo secretario geral do Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ), num processo que já se fala da falta de transparência.  

Jornalistas ouvidos pela Voa mostram-se receosos quanto aos resultados que poderão ser alcançados no processo, por inúmeras razões:

“Não augura bons resultados desta conferência, porque os delegados são maioritariamente jornalistas do sector público, aqueles que têm as quotas em dia, e que poderão votar num candidato que já fez parte de um órgão público”, disse a Voa, jornalista Laurindo Macuácua.

Concorrem para o cargo de Secretário-Geral, três candidatos, dois dos quais já reformados, Delfina Mugabe e Faruco Sadique que, de alguma forma, desempenharam funções neste sindicato, que no passado foi bastante influenciado pelo Partido no poder. O outro candidato é Alexandre Chiúre, ainda no activo.

“Há aqui uma tentativa de colocar no SNJ um secretário-geral da confiança do partido no poder, “porque o corpo que compõe o sindicato, grosso modo são jornalistas da Rádio Moçambique, Televisão de Moçambique e Jornal Notícias, e não me parece que haja alguém nestes órgãos que não seja da Frelimo”, disse Luis Nhachote, da Global Investigative Journalism Network.

Macuacua critica o facto de concorrer ao cargo de SNJ candidatos que já não estão no activo. Referiu que muitos jornalistas da imprensa não irão votar porque não pagam quotas.

A conferência vai ter lugar em Mafambisse, cerca de 30 quilômetros da cidade da Beira, em Sofala, o que, para o jornalista Egídio Plácido, é estranho estar por ser distante das zonas urbanas onde está concentrada a maior parte de jornalistas.

“Isso vai fazer com que muitos desses jornalistas não votem, exactamente porque não poderão estar presentes no local da conferência, o que acabará por favorecer aqueles que há bastante tempo vêm dirigindo de forma ilegal o Sindicato Nacional de Jornalistas’’, realçou.

Entretanto, Luis Nhachote espera que saia da conferência um secretariado mais proactivo, “porque não podemos ter um sindicato apático num contexto cheio de atropelos à liberdade de imprensa, e noutras vertentes, como, por exemplo, a formação de jornalistas.’’

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