Deslocados de Cabo Delgado não vão ter ajuda do PAM em Fevereiro

Em Moçambique, o Programa Alimentar Mundial anunciou, esta sexta-feira, a interrupção, em Fevereiro, da ajuda alimentar a cerca de um milhão de deslocados dos ataques terroristas em Cabo Delgado.

A decisão do Programa Alimentar Mundial vai também abranger as famílias que acolhem deslocados das províncias de Cabo Delgado, Nampula e Niassa. O anúncio foi feito pela representante do PAM em Moçambique, Antonella D`Aprile: “Para ilustrar a dificuldade que temos neste momento, o Programa Mundial para a Alimentação junto ao governo porque não temos fundos [suficientes], então temos que suspender a assistência alimentar humanitária no mês de Fevereiro.”

Antonella D`Aprile explicou que a suspensão em Fevereiro é para “prover assistência alimentar no mês de Marco que ainda está no meio [do período] da escassez”.

De acordo com a representante do PAM, citado pela RFI, para os próximos seis meses, a organização necessita de 102,5 milhões de dólares para prestar assistência alimentar aos deslocados dos ataques terroristas.

A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada, com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista auto-denominado Estado Islâmico. A insurgência levou a uma resposta militar, desde há um ano, com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.

Em cinco anos, o conflito fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados e cerca de 4.000 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED.

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