O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro partido com assento parlamentar, criticou na sexta-feira o anúncio tardio do corte do 13.º salário para a função pública este ano, quando faltavam poucos dias para o Natal.
“Não é correto e justo, faltando três ou quatro dias para o Natal, aparecer com esse anúncio”, disse Lutero Simango, presidente do MDM, durante uma conferência de imprensa em Maputo.
O chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, anunciou na última terça-feira que o Governo não vai pagar o 13.º salário para a função pública este ano devido a limitações orçamentais.
Além do peso da guerra contra rebeldes no norte do país, Filipe Nyusi justificou a decisão de não pagar o 13.º salário com impacto orçamental da polémica revisão da tabela salarial na função pública.
O MDM criticou o facto de, durante a fundamentação e conclusões sobre a aplicação da nova tabela salarial, não ter sido dito, “em nenhum momento, aos parlamentares e ao povo no geral, de que a sua implementação iria prejudicar o 13.º” salário.
Na altura “também se questionou sobre o impacto orçamental [da nova tabela salarial] e disseram que estava tudo bem”, destacou Lutero Simango, referindo que “não há uma visão governativa”.
“Estamos perante um Governo que não sabe o que vai acontecer amanhã, não há uma visão governativa e isso é grave”, frisou o partido citado pela Lusa.
A implementação da nova Tabela Salarial Única (TSU) está a ser alvo de forte contestação por parte de várias classes profissionais, nomeadamente juízes, professores e médicos, estes últimos tinham em curso uma greve de 21 dias, suspensa na última quinta-feira.
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