A Renamo, principal partido na oposição em Moçambique, diz serem falsas e caluniosas as informações divulgadas nesta quinta-feira, 22, de que o seu líder, Ossufo Momade, encontra-se retido na serra da Gorongosa, em Sofala, por guerrilheiros insatisfeitos com o rumo do processo de Desmilitarização, Desmobilização e Reintegração (DDR).
O presidente da Renamo Democrática, um novo partido ainda em criação e composto por alguns membros dissidentes da principal força política da oposição, disse que Ossufo Momade se encontra retido na Gorongosa, desde a passada terça-feira, por guerrilheiros que se recusam a aderir ao DDR e exigem esclarecimentos do Presidente da Renamo.
“O presidente da Renamo está sob custódia dos guerrilheiros que se recusam a ser desmobilizados, e isso para nós é uma preocupação”, afirmou Vitano Singamo citado pela VOA, acrescentando que “foi isso que inviabilizou o encerramento da última base da Renamo, na passada segunda-feira, 19.”
A Renamo, na voz de António Timba, quadro sénior e que responde pela área financeira do Partido, diz que “esta informação não é verdadeira, é caluniosa” e realça que “há momentos (cerca das 10 horas), estive em contacto com o Presidente Ossufo”.
Timba referiu que Ossufo Momade encontra-se “nas matas da serra da Gorongosa, onde se deslocou para tratar a questão do DDR”.
Por outro lado, Singamo disse que Ossufo Momade não está a tratar correctamente o processo DDR no seu diálogo com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, “e pedimos que nesse diálogo, o líder da Renamo se comprometa em retirar das listas entregues ao Governo, todos os guerrilheiros fantasmas”.
Entretanto, Filipe Nyusi reconheceu, à noite passada, em Maputo, que existem problemas com as listas entregues pela Renamo, de guerrilheiros para serem integrados na polícia moçambicana, apesar de esta questão não condicionar o processo DDR.
Nyusi falava durante a recepção oficial de titulares de órgãos de soberania e outros dirigentes do Estado por ocasião do fim-do-ano.
A principal base da Renamo foi encerrada na segunda-feira, 19, na Gorongosa, colocando fim DDR, que, entretanto, continua a enfrentar muita crítica e descontentamento dos guerrilheiros.
Os antigos combatentes admitem que muitas promessas continuam por se cumprir.
Este último capítulo abarcou 350 guerrilheiros, incluindo 50 mulheres, pondo fim ao processo que abrangeu mais de cinco mil guerrilheiros.
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