O administrador do distrito de Eráti, na província de Nampula, palco de um ataque armado na sexta-feira, disse hoje que continuam a “multiplicar-se” as pessoas em fuga de Kútua, na margem sul do rio Lúrio, fronteira com Cabo Delgado.
“O movimento de deslocados mantém-se. Está a multiplicar-se, estamos numa situação de crise”, disse Manuel Manusso à Lusa.
Manusso avançou que as pessoas procuram refúgio na vila sede do distrito, Namapa, onde são acolhidas por familiares, líderes locais e população em geral.
Aquele dirigente não especificou o número de pessoas que abandonaram Kútua, a aldeia visada, observando que as comunidades estão “perturbadas”.
o administrador de Eráti observou que o distrito já acolhia deslocados de guerra obrigados a fugir da província de Cabo Delgado desde o início dos ataques armados em Outubro de 2017.
“Nós temos vindo a receber esta onda de deslocados, porque alguns estão aqui há dois ou três anos”, enfatizou Manuel Manusso.
Manusso adiantou que as Forças de Defesa e Segurança estão no terreno para tentar repor a segurança e permitir o regresso das populações.
O porta-voz da polícia em Nampula, Zacarias Nacute, disse na segunda-feira à Lusa que o ataque a Eráti pode ter sido protagonizado pelos mesmos grupos armados que aterrorizam Cabo Delgado.
“Há a possibilidade de ser um ataque terrorista protagonizado por esse grupo de indivíduos que estão na província de Cabo Delgado”, afirmou Nacute.
Esta é a segunda vez que províncias vizinhas de Cabo Delgado são alvo de ataques semelhantes aos que ali têm acontecido – e onde também está por esclarecer quem protagoniza a violência.
Em Dezembro de 2021, houve a mesma suspeita em relação a ataques em zonas da província do Niassa que fazem fronteira com Cabo Delgado.
A província de Cabo Delgado é aterrorizada desde 2017 por violência armada, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Deixe uma resposta