O Presidente da República diz ser fundamental o retorno dos mega-projectos ao distrito de Palma, em Cabo Delgado, porque a situação de insegurança que obrigou as empresas a suspenderem as actividades já foi controlada.
Entretanto, analistas políticos dizem notar um maior esforço do Estado moçambicano na protecção do gás, mas não das pessoas, que são o seu principal recurso.
Filipe Nyusi esteve em Cabo Delgado antes de se deslocar à República Democrática do Congo nesta semana para mais uma cimeira da SADC em que o terrorismo no norte do país foi um dos temas debatidos.
Ele voltou a referir-se à necessidade do retorno dos mega-projectos ao distrito de Palma, “porque Palma está mais seguro agora”.
O Chefe de Estado apontou o regresso da população que tinha abandonado o distrito devido aos ataques e a reabertura da actividade comercial e dos serviços de hospedagem e hotelaria como sinais que devem impulsionar todos os investidores, quer nacionais, quer internacionais.
Entretanto, o jornalista Fernando Lima afirma à VOA que os ataques à vila de Palma diminuíram, mas o facto de “os mesmos ocorrerem em locais próximos dos projectos de gás, isso é mau, e daí, se calhar, a demora no regresso dos mega-projectos”.
A analista política Egna Sidumo considera, por seu lado, que devido a todo um cordão de segurança estabelecido, o projecto de gás natural liquefeito não está de todo ameaçado, realçando que os ataques ocorrem muito longe desse projecto.
O também analista político Borges Namire diz notar com preocupação o facto de o Estado moçambicano se preocupar mais com a protecção do gás e não das pessoas, que, no seu entender, são o seu maior recurso.
“Neste momento estamos a falar de milhares de pessoas mortas devido aos ataques, eu penso que o gás está a desviar o foco do Estado moçambicano naquilo que é o essencial a proteger em Cabo Delgado, que são as pessoas”, realça aquele investigador.
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