A normalidade demora a chegar a Mocímboa da Praia

A normalidade demora a chegar a Mocímboa da Praia

Mocímboa da Praia foi libertada das mãos dos terroristas há quase um ano, mas destruição ainda está presente na vila. População regressa timidamente. Algumas das pessoas que já regressaram pedem melhores condições.

Mocímboa da Praia já foi um bastião dos insurgentes que assolam a província de Cabo Delgado desde 2017. Foi libertada em agosto passado e parte da população voltou à vila-sede distrital e a algumas aldeias.

Mas é um regresso tímido. Só cerca de 600 famílias voltaram, segundo a autarquia.

“Nós estamos a viver bem, em termos de segurança”, garante um dos residentes. “O problema é que não temos água potável. Também não temos energia, não há nada no bairro.”

O Governo diz que está empenhado em repor os serviços básicos para garantir uma vida estável aos que voltam a casa.

“Estão a decorrer as actividades de levantamento de algumas fontes de abastecimento de água e temos a informação de que virá o empreiteiro, que já foi adjudicado, para fazer a consignação do sistema de abastecimento da vila”, afirma o director distrital de Infraestruturas, Felizardo Roque citado pela DW.

O fornecimento da corrente eléctrica também já foi reposto, mas os residentes dizem que falta a religação para as suas habitações.

Felizardo Roque reage à preocupação: “Neste momento a Electricidade de Moçambique está a fazer as ligações nalgumas aldeias, como Nanduadua e uma parte de Milamba, porque a população já está a regressar.”

Reconstrução custará 10 milhões de euros

O desejo dos residentes que decidiram voltar para casa é que todos os serviços estejam disponíveis para que possam educar os filhos, desenvolver as suas atividades e relançar o comércio.

Segundo o Governo moçambicano, a reabilitação de infraestruturas do Estado destruídas nos distritos afectados pelo conflito em Cabo Delgado deverá custar mais de 630 milhões de meticais, cerca de dez milhões de euros. A maior parte do valor será destinada a Mocímboa da Praia.

O extremismo violento em Cabo Delgado causou, até agora, cerca de 4 mil mortos e mais de 900 mil deslocados. Cinco vilas distritais foram arrasadas.

A intervenção das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e dos seus aliados do Ruanda e da região austral de África permitiram restabelecer a estabilidade até em regiões consideradas críticas.

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