O Presidente da República, Filipe Nyusi, reconheceu ontem, em Maputo, que o aumento do preço dos produtos energéticos e dos cereais no mundo está a gerar choques à economia nacional, com consequências negativas para a população.
“Temos plena consciência dos efeitos do aumento de preços na corrosão do poder de compra das famílias moçambicanas. Por isso, considero urgente e necessária a implementação de medidas que aliviem o custo de vida dos moçambicanos”, disse Filipe Nyusi citado pelo jornal Notícias.
Neste contexto, o Chefe do Estado afirmou que o Governo deverá, de imediato, avaliar as medidas a tomar para o alívio do custo de vida. A curto prazo, o foco poderá ser a implementação de acções com reflexos na estrutura do custo dos combustíveis importados, outras de natureza fiscal e ainda a gestão cambial que possa amortecer o efeito de transmissão, quando traduzidos os preços na moeda nacional.
“Essas medidas, que podem contemplar subvenções ao sector formal de transporte de passageiros, são de natureza extraordinária e terão impacto negativo no equilíbrio das contas públicas, assim como nos rácios relativos à gestão macroeconómica das reservas cambiais”, observou o Presidente da República.
Porém, na sua visão, estas medidas irão permitir a mitigação dos efeitos inflacionistas enquanto perdurar o choque externo, e atenuar a deterioração das condições de vida dos moçambicanos, em especial os mais carenciados.
O estadista moçambicano falava na tomada de posse de Mateus Magala como Ministro dos Transportes e Comunicações, em substituição de Janfar Abdulai, e de António Saíde, nomeado para vice- -ministro dos Recursos Minerais e Energia.
“Sabemos que qualquer medida tem as suas implicações, todavia, através dos quadros que agora tomam posse recomendo a se juntarem aos colegas que já estão a trabalhar na procura de soluções para a mitigação do custo de vida dos moçambicanos”, disse Nyusi, sublinhando que o custo de vida é uma realidade que afecta Moçambique, África e o resto do mundo.
“A actual conjuntura económica e geopolítica mundial coloca-nos enormes desafios com impacto negativo na economia global nacional, afectando o dia-a-dia dos moçambicanos. Não é mera coincidência que tomam posse num momento peculiar, em que a conjuntura económica actual caracteriza-se pela pressão inflacionista decorrente do aumento dos preços de produtos energéticos e cereais que atingiu todos os países do mundo”, disse.
Avançou que este choque exógeno à economia moçambicana, cujas consequências são difíceis de decifrar a médio e longo prazos, deriva ainda do conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Por isso, exige a necessidade de apostar em Homens capazes de fazer frente a esses desafios.
Antigo docente da Universidade Eduardo Mondlane, Mateus Magala tem um longo e prestigiante percurso profissional, tendo desempenhado funções dentro e fora do país. Como quadro do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), onde ocupou o cargo de vice-presidente, representou esta instituição na Tunísia, Zimbabwe e Costa de Marfim, onde até semana passada assumia as funções de vice-presidente para área de Recursos Humanos e Interesses Corporativos.
Foi Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Electricidade de Moçambique (EDM), tendo sido responsável pela reestruturação desta empresa. António Saíde é quadro renomado do Ministério dos Recursos Minerais e Energia, especializado em energias renováveis. Nos últimos 20 anos, desempenhou várias funções de direcção e chefia na instituição, com destaque para o do Presidente do Conselho de Administração do Fundo Nacional de Energia (FUNAE).
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