O ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, mostrou-se preocupado com os níveis de perdas físicas e comerciais que se verificam no sector de águas na província de Maputo, que se situam na ordem dos 15% e 38%, respectivamente, uma situação que pode comprometer o cumprimento dos objectivos do Programa Quinquenal do Governo (PQG) 2020-2024.
Carlos Mesquita falava no segundo dia da visita que efectua a esta província, com o objectivo de se inteirar do funcionamento das infraestruturas hídricas, sistema de abastecimento do precioso líquido à Região do Grande Maputo e arredores, para além do estado da rede viária, entre outras áreas transversais ao sector.
Na ocasião, o titular da pasta das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos referiu-se à importância da barragem Moamba-Major, um projecto estruturante e prioritário para o Governo, pois a sua construção pode suprir as necessidades do Grande Maputo.
A propósito, Carlos Mesquita instou às populações desta região a contribuir na redução das perdas de água, que, na sua maioria, resulta de esquemas de roubo, cuja incidência baixou de 51% para 46%. O ministro recomendou ainda ao sector das águas a encontrar estratégias e tecnologias que permitam a redução urgente das perdas, pois esta situação pode desincentivar o sector privado e parceiros a investir no negócio da água.
“Perdemos metade da água que produzimos e isso é muito. Estas perdas resultam de roubos, sabotagens e falta de facturação, ou seja, do consumo clandestino. É preciso apelar à população que pratica esse tipo de actos para que não paute por este comportamento, pois compromete seriamente todo o processo produtivo, assim como o desenvolvimento da própria empresa, que precisa de ter retorno do investimento para continuar a garantir água de melhor qualidade e investir em outros projectos”, apelou.
Ainda no âmbito da visita, o governante visitou as obras de reabilitação e ampliação da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Infulene, orçadas em 851 milhões de Meticais, e que vão beneficiar cerca de 90 mil habitantes, contra os actuais 15 mil habitantes.
A infraestrutura deverá alcançar a sua capacidade máxima em 2040, altura em que a sua capacidade vai aumentar pra 128 mil habitantes.
“A importância desta estação tem a ver com a necessidade de se criar condições para que a saúde pública seja um dos factores a ter em consideração com maior respeito possível. O projecto tem um prazo de 18 meses. Para a efectivação destas obras, foram afectados cerca de 203 agricultores, dos quais 98 receberam as devidas compensações pela perda de terra e hortícolas”, explicou.
Carlos Mesquita visitou, igualmente, as obras de manutenção periódica da estrada N2 (Matola-Boane), com extensão de 24 quilómetros, e de reabilitação do Boane-Bela Vista, com cerca de 3km, assim como da segunda fase da ampliação do drift sobre o Rio Umbeluzi.
Na ocasião, apelou à Rede Viária de Moçambique-REVIMO, SA, a criar oportunidades de emprego aos locais e criação de bancas para permitir que as populações não se façam à estrada.
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