O Governo espera construir 54 estações meteorológicas até 2024, no âmbito do programa “Um distrito, uma estação meteorológica”, disse ontem o ministro dos Transportes e comunicações.
“Até 2024 pensamos cobrir cerca de 54 distritos [com estações meteorológicas] e depois mais outros 54”, prevendo-se no total a instalação de 108 estações no âmbito do programa, disse Janfar Abdulai.
O governante falava esta sexta-feira à margem de um encontro de balanço dos impactos da época chuvosa 2021/2022, feito pelo Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres.
O programa “Um distrito, uma estação meteorológica” foi criado para fazer face às calamidades naturais que afectam o território nacional, considerado um dos países mais severamente afectados pelas mudanças climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais.
Pelo menos 142 pessoas morreram, 368 ficaram feridas e mais de um milhão foram afectadas por desastres naturais durante a época das chuvas, que decorreu entre Outubro e Abril.
“Infelizmente, a maior causa dos óbitos nesta época foi o desabamento de paredes, situação que se verificou mais nas províncias de Nampula e Zambézia”, disse Ana Cristina Manuel, directora do Centro Nacional Operativo de Emergência (CENOE) de Moçambique.
Segundo a responsável, as casas são construídas maioritariamente com material precário, o que faz com que as “paredes não resistam” à chuva.
A época chuvosa em Moçambique causou ainda “grandes impactos” nos setores de energia, educação, estradas e pescas, disse a directora do CENOE, sem avançar números.
O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória no país: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas de dois dos maiores ciclones (Idai e Kenneth) de sempre a atingir o país.