O atraso na emissão de licenças está a gerar uma onda de insatisfação entre os operadores florestais na província do Niassa, levando-os a faltar com as suas obrigações de reflorestamento, responsabilidade social, entre outras.
Dizem os operadores que, apresentados os requisitos para a emissão de licenças “nos meses de Janeiro e Fevereiro, de acordo com o regulamento”, apenas entre Setembro e Outubro é que as receberam.
“O atraso compromete o cumpri- mento das nossas obrigações, visto que encurta o período para o exercício da nossa actividade”, disseram.
Euclitos Matonse, operador florestal de Marrupa, referiu que, devido ao alegado atraso na emissão de licenças de exploração de recursos florestais, o seu desempenho apresenta indicadores baixos que interferem no rendimento financeiro esperado.
A lamentação foi apresentada há dias durante o encontro com o secretário de Estado na província, Dinis Vilanculo, com o objectivo de se inteirar das preocupações que aquela classe tem no exercício das suas actividades.
Na ocasião, os operadores mostraram-se preocupados com as queimadas descontroladas e desmatamento causados por caçadores furtivos, uma vez que aquelas práticas ameaçam a existência das espécies faunísticas e florestais.
Carlos Messias, operador florestal no distrito de Mecanhelas, apontou a falta de mercado local para a venda dos seus produtos como principal desafio da classe, que compromete o cumprimento das suas obrigações sociais, entre elas a criação de mais postos de emprego, sobretudo para os jovens locais.
Acrescentou que o mercado da madeira nas províncias vizinhas está melhor, entretanto, os custos de transação cobrados pela Autoridade Tributária são considerados elevados, facto que concorre para desistências na realização do negócio.
Os fiscais dos recursos naturais por si só não têm capacidade de combater as queimadas descontroladas, a caça furtiva, o desmatamento, entre outros males cujo combate passa necessariamente pelo envolvimento de todos, segundo Dinis Vilanculo, secretário de Estado no Niassa.
“O mercado de produtos florestais é livre e cabe a cada um de vós procurar os compradores que oferecem o melhor preço para a garantia da sustentabilidade do vosso negócio”, sublinhou.