Banco Mundial defende abolição de visto de turismo em Moçambique

Moçambique deve deixar de ser como os outros países e considerar eliminar a exigência de vistos para os principais mercados turísticos, de acordo com o Banco Mundial (BM). A instituição refere-se aos mercados que não representam ameaças significativas à segurança do país.

Na perspectiva do BM a adopção dessa medida seria um factor de atracção para pessoas que procuram por turismo em Moçambique.

Francisco Campos, do Banco Mundial, apontou a esse procedimento no intuito de o país reduzir o custo dos vistos e atribuir os de curta duração para facilitar a entrada de viajantes regionais com vários destinos.

“Moçambique tem que criar um sistema de e-Visa, facilitar a concorrência nos voos internos e desenvolver oportunidades que possam aproveitar a infraestrutura de aeroportos para voos charter, por exemplo”, disse.

De acordo com o Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Turismo em Moçambique (SPDTM II 2015- 2025), o sector enfrenta barreiras ao seu crescimento no país que incluem o fraco ambiente de negócios, dificuldades de acesso relacionadas com o alto custo de viagens, fracas infraestruturas e um pesado regime de vistos de turismo.

Incluem-se ainda no rol das preocupações, a fraca capacidade das instituições do sector público responderem atempadamente às solicitações dos turistas, limitações de habilidades e conhecimentos a nível dos trabalhadores do ramo, desafios relacionados com a fraca imagem do país como mercado turístico, entre outros.

Disse aquela fonte que depois de sete anos (quando foram aprovados os planos) “nenhum dos desafios foi solucionado eficientemente de forma a contribuir para o desenvolvimento do sector do turismo em Moçambique”.

Francisco Campos lembrou que o turismo sofreu um impacto negativo devido à pandemia da covid-19, e que a insegurança na província de Cabo Delgado afecta a imagem do país como destino turístico.

Com efeito, entre 2017 e 2021 o turismo em Cabo Delgado atraiu apenas 2% do montante de investimento atingido no período anterior entre 2011 e 2016. As receitas do Parque Nacional das Quirimbas reduziram cerca de 50% em 2017. A partir daí reduziram cerca de 18% por ano.

O Banco Mundial anunciou ainda que, desde o mês de Abril de 2021, as companhias internacionais de seguro não aceitam turistas e carga que entrem na zona costeira da província de Cabo Delgado.

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