As empresas e instituições moçambicanas devem investir mais na cibersegurança para reduzir o impacto, nos seus negócios, dos crimes cibernéticos, bem como a vulnerabilidade a que os cidadãos estão sujeitos com o crescente acesso aos serviços das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), incluindo a Internet.
Os crimes cibernéticos estão cada vez mais a tornar-se recorrentes em instituições públicas e privadas. Além de impactar negativamente nos negócios, deixa os cidadão mais vulneráveis.
A nível mundial, nos últimos anos os crimes com recurso a Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), incluindo a Internet crescem consideravelmente, segundo Sérgio Martins, Associate Partner da área de Technology Consulting na Ernest & Young
“Isso está a acontecer não somente em Moçambique [que deve assumir os ataques de hackers como o novo normal], como também em Portugal, Estados Unidos da América e em todo o mundo”, disse.
Segundo Martins, citado pelo jornal Notícias, há cada vez mais ataques, pelo que é importante que as empresas, pessoas e instituições públicas invistam de forma a recuperar o tempo perdido na maturidade de segurança dos seus dados.
Diz o jornal que para lidar com essas ameaças e seus efeitos negativos, o Governo moçambicano adoptou um conjunto de instrumentos para a protecção das empresas e dos cidadãos contra crimes com recurso às TIC. De entre os instrumentos adoptados, incluem-se o novo Código Penal, Lei n.º 35/2014, promulgada em Dezembro de 2014, que cobre os crimes informáticos; A Lei 3/2017, sobre as Transacções Electrónicas, que visa proteger os consumidores e regular o uso de sistemas electrónicos no Governo, sector privado e sociedade civil, entre outros.
A fonte entrevistada pelo Notícias considerou ser um passo importante, visto que o Estado tem um papel fundamental em criar regras para toda a sociedade evoluir nesta temática da cibersegurança, não só na sensibilização das empresas e das pessoas, mas também na punição do crime cibernético.
“Actualmente os ataques cibernéticos são feitos em países e jurisdições onde é muto fácil ficar impune. Tivemos ataques massivos que vieram da Coreia do Norte, e existem alguns hackers sediados na Rússia, por exemplo. Assim, apesar da investigação às vezes conseguir identificar o alvo de um determinado ataque, de- pois não se consegue ir atrás deles porque não existem acordos com esses países”, disse.
Acrescentou que a questão da cibersegurança também tem uma componente geopolítico relevante, porque “podemos aplicar a lei a nível nacional, mas temos que estar conscientes de que a Internet não tem fronteiras.
“Os crimes vêm de todo o mundo e é muito difícil contê-los, sobretudo quando falamos de jurisdições em que não há acordos, pois não é fácil garantir que os atacantes sejam detidos”, frisou.