A petrolífera francesa TotalEnergies projecta recomeçar as obras de construção de uma central de gás natural liquefeito ainda este ano, anunciou o presidente da empresa numa conferência com analistas.
Patrick Pouyanne, citado pela Bloomberg, considerou na mesma conferência que “a situação melhorou claramente”.
O CEO da Total disse aos analistas que a situação de insegurança “melhorou claramente”, o que permite o recomeço dos trabalhos na província de Cabo Delgado ainda este ano.
Assim, com o novo calendário agora em cima da mesa, o início da produção de gás num projecto de 20 mil milhões de dólares poderá acontecer em 2028, e dá um novo ânimo para o aumento dos pagamentos dos juros da dívida de 900 mil milhões de dólares, cujos juros passarão de 5% para 9% a partir de Março do próximo ano.
“O recomeço dos projectos de gás natural liquefeito (GNL) é crucial para os títulos de dívida”, comentou o chefe de investimentos na Capitulum Asset Management, Lutz Roehmeyer, uma gestora de fundos com sede em Berlim.
“Sem o recomeço das obras, uma nova reestruturação da dívida só é evitável se os mercados de capitais voltarem a abrir-se para África”, acrescentou o gestor de investimentos.
A notícia do recomeço das obras surge na semana seguinte à agência de informação financeira Moody’s ter piorado a perspectiva de evolução da economia, de positiva para estável, mantendo o ‘rating’ oito níveis abaixo da recomendação de investimento.
Moçambique tem três projectos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado.
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