Rússia vai anexar formalmente regiões ocupadas na Ucrânia

Rússia vai anexar formalmente regiões ocupadas na Ucrânia

Actualmente, a Rússia ocupa duas regiões da zona oriental da Ucrânia. As autoridades locais manifestaram, durante o final-de-semana passado planos de realizar referendos sobre a adesão formal à Rússia. Um aliado do Presidente Vladimir Putin disse que os votos iriam alterar para sempre o cenário geopolítico a favor de Moscovo.

A auto-proclamada República Popular Luhansk (LPR), apoiada pela Rússia, e a vizinha República Popular Donetsk (DPR) disseram que os referendos na mesa seriam realizados entre 23 e 27 de Setembro, segundo a Reuters.

“Peço-vos, logo que possível, no caso de uma decisão positiva no referendo – sobre a qual não temos dúvidas – que considerem o DPR como parte da Rússia”, escreveu numa rede social o Chefe de Estado da República Popular de Donetsk, Denis Pushilin.

Na manhã desta terça-feira, funcionários russos instalados na região sul de Kherson, onde as forças de Moscovo controlam cerca de 95% do território, disseram que também tinham decidido realizar um referendo. As autoridades pró-russas em parte da região de Zaporizhia, na Ucrânia, deveriam seguir o exemplo.

Os relatos mais recentes indicam uma contra-ofensiva forte dos ucranianos contra os russos, e formalização de adesão a Rússia poderá agravar a situação com o Ocidente.

A Ucrânia e os Estados Unidos disseram que tais referendos seriam uma farsa ilegal e deixaram claro que eles e muitos outros países não iriam reconhecer os resultados.

Dmitry Medvedev, um ex-presidente que é actualmente vice-presidente do Conselho de Segurança, sugeriu, antes dos anúncios, que o resultado de tais votações seria irreversível e daria carta branca a Moscovo – que tem o maior stock de armas nucleares do mundo – para defender o que consideraria legalmente como o seu próprio território.

“A invasão do território russo é um crime que lhe permite utilizar todas as forças de autodefesa”, disse Medvedev num post no Telegram. “É por isso que estes referendos são tão temidos em Kyiv e no Ocidente”.

Nenhum futuro líder russo seria capaz de inverter constitucionalmente o seu resultado, acrescentou.

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