O progresso da governação em África foi interrompido com a deterioração da segurança e dos direitos políticos em muitos países, afirma o Índice Ibrahim de Governação Africana 2024 (IIAG) da Fundação Mo Ibrahim publicado ontem, quarta-feira (23).
“A África fez grandes progressos nas primeiras décadas deste século, mas nos últimos 10 anos vemos que houve um progresso muito lento… e nos últimos cinco anos as coisas começaram a estagnar e até a deteriorar-se em algumas circunstâncias”, diz o relatório publicado a cada dois anos e que é considerado o mais completo sobre o tema, com dados relativos a 322 variáveis, incluindo serviços públicos, justiça, corrupção e segurança.
Na abertura do documento, o patrono da Fundação diz que “o IIAG 2024 é um lembrete preocupante da ameaça que uma crise de segurança cada vez mais profunda e uma diminuição do ambiente participativo representam para o progresso do continente”.
“É claro que também reflete a situação de crise global. Escalada de conflitos e aprofundamento da desconfiança nas instituições e valores democráticos não são específicos de África, vemos isso em todo o mundo, mas é especificamente preocupante em África porque ameaça o nosso progresso económico e social desenvolvimento, bem como os avanços que ainda estamos para alcançar”, acrescenta Ibrahim, numa publicação da Voz da América (VOA).
Antes deste quadro, Mo Ibrahim adverte que “não vamos retomar muito cedo a recuperação de África. O nosso é um continente enorme de 54 países, com tendências altamente divergentes, algumas com notavelmente trajetórias de sucesso, outras com preocupantes sinais de alerta”.
Contudo, o relatório aponta alguns progressos na governação global em 33 países, onde vive pouco mais de metade dos 1,5 mil milhões de pessoas nos últimos 10 anos.
(Foto DR)
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