O Director-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus disse que o mundo importa-se menos com os negros do que com o brancos, comparando a atenção dada à Ucrânia e a conflitos noutros países.
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Falando durante uma conferência de imprensa, esta quarta-feira, o responsável da saúde disse, por exemplo, que países africanos como a Etiópia, Iémen, Afeganistão, Síria e “todos os outros” ainda não receberam sequer uma fracção do que já foi direccionado em menos de dois meses para atender o conflito armado na Ucrânia
“Tenho de ser direto e honesto, o mundo não trata a raça humana da mesma maneira. Alguns são mais iguais que outros”, sustentou o responsável da OMS, parafraseando o escritor norte-americano George Orwell.
É muito difícil de aceitar, mas é o que acontece”, insistiu, apesar de, com as evidencias que apresentou, esperar que “o mundo recupere a razão e trate todas as vidas humanas da mesma forma”.
Tedros Adhanom Ghebreyesus falou longamente sobre a situação na sua região natal do Tigray [Etiópia] cujos responsáveis estão desde Novembro de 2020 em conflito armado contra as forças governamentais, afirmando temer que o cessar-fogo humanitário decretado a 24 de Março pelo Governo de Adis Abeba para deixar a ajuda humanitária entrar no Tigray, até então isolado de tudo, “não passe de uma manobra diplomática”.
Em vez dos 2.000 camiões de ajuda com bens de primeira necessidade de que já deviam ter chegado à região, “chegaram apenas 20, no total, o que representa 1% das necessidades”, denunciou o dirigente da OMS.
“O que está a acontecer na Etiópia é trágico, as pessoas são queimadas vivas por causa da sua etnia, e por nada mais, e não tenho a certeza se isso foi levado a sério pela comunicação social”, comentou o responsável da OMS, acrescentando: “Precisamos de um equilíbrio. Devemos levar cada vida a sério, porque cada vida é preciosa”.