Níger: Sete soldados mortos em ataque de supostos fundamentalistas islâmicos

Níger: Sete soldados mortos em ataque de supostos fundamentalistas islâmicos

Uma unidade da Operação Almahaou, que tem como alvo fundamentalistas islâmicos, “foi violentamente atacada por várias centenas de terroristas” em Kandadji, na região de Tillabéri.

Sete soldados morreram na quinta-feira, no oeste do Níger, num ataque de alegados fundamentalistas islâmicos, disse o ministro da Defesa nigerino, citado pela Lusa.

Uma unidade da Operação Almahaou, que tem como alvo fundamentalistas islâmicos, “foi violentamente atacada por várias centenas de terroristas” em Kandadji, na região de Tillabéri, afirmou o general Salifou Mody.

Além dos sete soldados que morreram “em combate”, “durante a intervenção” em resposta ao ataque, “um trágico acidente de trânsito resultou na perda de cinco” efectivos, acrescentou, em comunicado.

O ministro, nomeado pelo regime militar que tomou o poder no Níger num golpe de Estado a 26 de Julho, adiantou que sete pessoas ficaram feridas e foram levadas para um hospital.

As motos e as armas dos agressores “foram destruídas na zona de Tijiane”, na mesma região, enquanto “uma operação de busca está em andamento para encontrar o rasto do inimigo”, de acordo com a mesma nota.

A junta militar derrubou o Presidente eleito Mohamed Bazoum, num golpe de Estado justificado pela “deterioração da situação de segurança” no Níger, que enfrenta a violência dos grupos extremistas Boko Haram e Estado Islâmico (EI) da África Ocidental, no sudeste do país.

O oeste do Níger, que faz fronteira com o Burkina Faso e o Mali, tem servido de refúgio para grupos fundamentalistas islâmicos afiliados à Al-Qaida e ao EI.

A 20 de Agosto, pelo menos 17 soldados nigerinos foram mortos e 20 ficaram feridos num ataque de alegados terroristas, perto da fronteira entre o Níger e o Burkina Faso, o ataque mais mortal desde o golpe de Estado.

De acordo com a organização não governamental Acled, o número de mortes em ataques de fundamentalistas islâmicos no Níger aumentou desde que a junta militar derrubou o executivo de Bazoum.

O regime militar nigeriano solicitou a saída de cerca de 1.500 soldados franceses, presentes no país no âmbito da luta contra os grupos fundamentalistas.

Os soldados deverão deixar o Níger até ao final do ano, disse, na semana passada, o Presidente francês, Emmanuel Macron. Uma retirada que deve “ser estabelecida num quadro negociado”, respondeu a junta militar.

O embaixador francês no Níger, Sylvain Itté, cuja expulsão foi ordenada pelo regime militar e inicialmente recusada pela França, acabou por regressar a Paris na quarta-feira.

Os Estados Unidos, com 1.100 soldados no Níger, indicaram, por sua vez, que estão a avaliar as opções relativamente a uma possível retirada.

A junta militar nigerina tem procurado o apoio do Mali e do Burkina Faso, também liderados por regimes militares que chegaram ao poder na sequência de golpes de Estado. Os três países criaram a Aliança dos Estados do Sahel para cooperar na área da defesa.

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