Moçambique está pronto para transitar da produção do algodão convencional à orgânica, num esforço destinado a diversificar o mercado do produto e responder à dinâmica actual, que procura cada vez mais alternativas sustentáveis.
A garantia foi dada ontem, em Maputo, pela directora do Instituto do Algodão e Oleaginosas de Moçambique, Yolanda Gonçalves, no Fórum do Algodão da África Austral e Oriental, que juntou representantes de governos, produtores e outros intervenientes.
Citada pelo jornal Notícias, Yolanda Gonçalves explicou que o fórum acontece num momento em que o instituto está a consolidar a sua nova estrutura, que antes tinha competência sobre a cadeia de valor do algodão e outras fibras têxteis, mas que hoje expandiu a sua competência para dinamizar o valor das oleaginosas.
“A nossa expectativa é que esta sessão possa contribuir para que o continente africano, com o contributo específico das regiões austral e oriental, possa traçar um roteiro que responda aos desafios da cadeia de valor do algodão”, disse.
Por seu turno, o inspector- -geral do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER), Rui Mapatse, disse que o mundo está a dar passos para uma agricultura orientada para produção sustentável e virada à conservação dos recursos naturais e Moçambique não está alheio a esta tendência actual.
“A agenda do algodão orgânico em Moçambique é emergente e está enquadrada na política de desenvolvimento do sector agrário e na política de integração do sector familiar em cadeias de valor produtivas”, explicou.
Segundo Gonçalves, uma das expectativas do evento, que hoje termina é trocar experiências e identificar respostas sobre os passos que as regiões da África Austral e Oriental deverão seguir para introduzir e massificar a produção do algodão orgânico e poderem aproveitar as oportunidades que este mercado emergente oferece ao chamado “ouro branco”.
Acrescentou que a produção de algodão orgânico pelos produtores do sector familiar constitui uma oportunidade para o aumento da renda das famílias rurais e para melhoria da qualidade de vida.
“Estamos cientes que esta transição ou a exploração deste mercado do algodão orgânico tem desafios relativos à tecnologia adequada, pesquisa das melhores práticas, pacotes tecnológicos, assistência técnica aos produtores, mudanças culturais e acesso a financiamento, o que irá requerer empenho e comprometimento individual de cada país e esforço de todos como membros do fórum”, frisou.
A XV Sessão do Fórum do Algodão da África Austral e Oriental (SEACF) realiza-se sob o lema “Perspectivas para o Algodão Orgânico em África”.
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