Está difícil ter petróleo? A partir de Abril o drama vai piorar

O mundo o poderá vivenciar a maior escassez de petróleo que não era vista há décadas, segundo avançou, hoje, a Agência Internacional de Energia (AIE) citada pelo portal expresso. Esse projecção deve-se às sanções aplicadas à Rússia pelo ocidente devido a invasão à Ucrânia.

De acordo com o relatório mensal sobre o mercado petrolífero da AIE, divulgado esta quarta-feira, existe a possibilidade de uma parte significativa da produção russa desaparecer do mercado sem que a OPEP mostre vontade de a compensar.

No documento, a AIE reviu em forte baixa as previsões da procura global para este ano, devido à subida dos preços do petróleo provocada pela guerra, que vai reduzir o crescimento económico.

A agência, especificamente, cortou em 1,3 milhões de barris por dia as projecções de consumo, entre o segundo e o quarto trimestres, que tinha feito há apenas um mês, e isso significa menos 950.000 barris por dia em média em 2022 como um todo.

Este corte significa que a procura mundial permanecerá em 99,7 milhões de barris por dia, mais 2,1 milhões do que em 2021.

No centro de todas estas contas esta o alerta da AIE para o perigo real de escassez de petróleo.

Os autores do estudo assumem que, a partir de Abril, três dos oito milhões de barris diários de exportação de petróleo da Rússia vão desaparecer do mercado devido às sanções, mas também porque muitos dos seus compradores regulares estão a evitar o petróleo russo.

Mas as coisas podem não parar por aí, pelo que a AIE não exclui que a condenação pública do ataque russo à Ucrânia aumente ainda mais aquele número, tendo em conta os comportamentos que se estão a observar, que já levaram a que o petróleo russo se esteja a vender a preços com descontos recorde.

O problema é que, ao mesmo tempo, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os seus aliados declararam na sua reunião do passado dia 02 de Março que não há escassez de abastecimento e que apenas planeiam libertar mais 400.000 barris por dia para o mercado.

Partilhar este artigo