As energias renováveis em todo o mundo bateram no ano passado, um recorde de crescimento de 15,1% ao atingir uma produção de 4 448 gigawatts (GW), refere o novo relatório estatístico da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA).
Segundo o relatório citado pelo jornal Negócios, os dados apontam que a maior parte do aumento teve origem na Ásia, com a China a representar a maior fatia. “Os países do G7 e do G20 foram responsáveis por 14,3% e 90,3% da nova capacidade em 2024, respectivamente”, detalha a agência.
No entanto, os resultados alcançados no ano passado não são, ainda, suficientes para que seja possível alcançar as metas globais para triplicar a produção renovável até 2030. Para que isso seja possível, será necessário assegurar um crescimento anual de pelo menos 16,6% até ao final desta década.
“O crescimento recorde está a criar empregos, a reduzir as contas da energia e a limpar o nosso ar. As energias renováveis renovam as economias”, aponta António Guterres, citado no comunicado. O secretário-geral das ONU avisa, porém, que “a mudança para energia limpa tem de ser mais rápida e justa” para que todos os países possam beneficiar de “energia renovável barata e limpa”.
Para tal, a IRENA concorda que “mais precisa de ser feito para atingir a meta de triplicar a capacidade renovável até 2030”. Em 2024, foram as produções solar e eólica aquelas que mais contribuíram para o crescimento das renováveis, representando 96,6% de toda a nova capacidade.
“O crescimento contínuo das energias renováveis que testemunhamos a cada ano é uma evidência de que as energias renováveis são economicamente viáveis e facilmente implantáveis”, considera o director-geral da IRENA, Francesco La Camera, lembrando, porém, o prazo iminente até ao final da década e a importância das renováveis para a competitividade económica e segurança energética.
Na produção solar fotovoltaica, o crescimento total foi de 451,9 GW, dos quais 278 GW tiveram origem na China e 24,5 GW na Índia. Já a capacidade total da energia hídrica chegou a 1.283 GW com o contributo da China, Etiópia, Indonésia, Nepal, Paquistão, Tanzânia e Vietname, que acrescentaram 0,5 GW cada um.
A produção eólica “diminuiu ligeiramente” para 1 133 GW de capacidade, com a China e os Estados Unidos a liderar. No campo da bioenergia, a IRENA fala numa recuperação de 3 GW em 2023 para 4,6 GW no ano passado, sobretudo graças ao contributo da China e da França.
(Foto DR)
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