A petrolífera francesa TotalEnergies pretende ampliar o aeroporto da área onde vai construir uma fábrica de gás, no norte de Moçambique, numa infra-estrutura capaz de receber aviões Boeing e outros de grande porte.
Segundo o director nas instalações da TotalEnergies em Afungi, província de Cabo Delgado, o aumento da capacidade daquela infra-estrutura visa alargar a capacidade de resposta ao tráfego aéreo que está a ser dinamizado pelos projectos de gás natural na zona.
“Hoje, a pista do aeroporto conta com 1.700 metros e há um plano de expansão para 2.300 metros, para que aterrem aviões como Boeing 737”, afirmou Thierry Lacave, citado pela Lusa, em declarações após um encontro esta sexta-feira, com o ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala.
Aquele responsável assegurou ainda que o consórcio da TotalEnergies está empenhado no fortalecimento das condições de segurança no perímetro onde será construída a fábrica de gás natural liquefeito (GNL).
A multinacional suspendeu o seu projecto em Cabo Delgado na sequência de um ataque armado perto das instalações do projecto, em Março de 2021, no contexto da violência armada que tem sido protagonizada por insurgentes na província.
Recorde-se que, o presidente da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, anunciou recentemente que a empresa contava relançar o projecto antes do final do ano.
Neste sentido, o ministro dos Transportes e Comunicações afirmou ontem que se dependesse do Executivo moçambicano, o projecto da TotalEnergies teria sido retomado “na quinta-feira”, garantindo o que foi restaurada a segurança em Cabo Delgado, face aos avanços na luta contra os grupos armados.
“Há um optimismo e um sentido de urgência”, para o reinício das actividades do projecto de gás do consórcio da multinacional francesa, disse Mateus Magala.
A província de Cabo Delgado, prosseguiu, será um dos principais motores do crescimento económico e criação de prosperidade económica e social em Moçambique, dados os “vastos recursos de que dispõe”.
A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos a insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
No terreno combatem o terrorismo – em ataques que se verificam desde Outubro de 2017 e que condicionam o avanço de projectos de produção de gás natural na região – as Forças Armadas de Defesa de Moçambique, desde Julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).
O conflito no norte de Moçambique fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED, enquanto o Presidente moçambicano admitiu recentemente “mais de 2.000” vítimas mortais.
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