O Governo sul-africano baniu por 10 anos a consultora britânica Bain & Co, identificada pela comissão judicial “Zondo” de envolvimento na corrupção pública na África do Sul na presidência de Jacob Zuma, foi ontem anunciado.
“A data efectiva da restrição é de 5 de Setembro de 2022 a 4 de Setembro de 2032 por envolvimento em práticas corruptas e fraudulentas relacionadas a um contrato com o SARS [Autoridade Tributaria sul-africana]”, anunciou o Tesouro em comunicado citado ontem na imprensa local.
Segundo as autoridades sul-africanas citadas pela Lusa, a restrição foi publicada na página de internet e no banco de dados de fornecedores restringidos pelo Tesouro sul-africano, sendo efectiva a partir deste mês.
Na lista de 122 empresas e entidades interditadas até hoje de prestarem serviços no sector público na África do Sul, e consultada pela Lusa, a empresa britânica é descrita como “envolvida em práticas corruptas e fraudulentas no concurso ao contrato do SARS”.
A consultora, que foi contratada pelo Governo sul-africano para reformar inicialmente a Autoridade Tributária do país, está também interditada de se candidatar a contratos públicos no Reino Unido, segundo decisão do Governo britânico anunciada em agosto.
A investigação do juiz sul-africano Raymond Zondo concluiu que a Bain operou em “conluio” com Zuma, que ocupou a presidência entre 2009 e 2018.
Segundo a imprensa sul-africana, a multinacional britânica negou qualquer envolvimento na corrupção pública na África do Sul, afirmando que “devolveu” os honorários cobrados na consultoria prestada à SARS.
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