Dugongo: Venda de cimento a um preço baixo na África do Sul visa obter “moeda estrangeira”

Dugongo: Venda de cimento a um preço baixo na África do Sul visa obter “moeda estrangeira”

A Moçambique Dugongo Cimentos considera que uma redução arbitrária do preço do cimento poderá afectar a produção normal e o abastecimento no mercado, reforçando que o estabelecimento do custo é influenciado por múltiplos factores, que não podem ser explicados e decididos por um único dado ou número.

Localizada em Matutuine, província de Maputo, a firma fez este esclarecimento, através de uma nota, em reação aos protestos que acontecem em vários pontos do País, exigindo que o saco do cimento seja vendido abaixo dos 300 meticais, visto que o preço do mesmo produto na África do Sul é inferior ao praticado no mercado nacional.

Numa nota citada pela Carta de Moçambique, os gestores da Dugongo Cimentos começam por explicar que “a produção do cimento é um processo industrial complexo com componentes de custo, como calcário, gasóleo, carvão, equipamentos e matérias-primas importadas”.

“Para ilustrar, o custo do carvão aumentou de 3840 meticais/tonelada em 2021 para 6450 meticais/tonelada, e o preço do gasóleo aumentou de 47 meticais/litro em 2021 para 91 meticais/litro”, descreveu a entidade.

Mais adiante, a empresa explicou que o preço de exportação para a África do Sul está abaixo do custo de produção, não com o objectivo de obter lucro, “mas para obter moeda estrangeira necessária para pagar o combustível e a matéria-prima importada”.

“Os recursos como o carvão em Moçambique estão concentrados principalmente na província de Tete e, devido à infra-estrutura insuficiente e a longa distância, o custo de transporte para Maputo é superior ao da importação da África do Sul. Logo, precisamos de recorrer a uma exportação limitada para obter moeda estrangeira e manter a produção”, argumentou.

A Dugongo Cimentos clarificou que “no mercado sul-africano, o preço do cimento não é inferior ao dos fabricantes locais, seguindo rigorosamente as leis de mercado daquele país para não perturbar a concorrência”.

“Na região Sul de Moçambique, o preço geralmente gira em torno de 420 meticais, enquanto em algumas regiões do Norte pode chegar a 620 meticais. Essa diferença tem que ver com o custo do transporte. Nem sempre o preço é determinado unilateralmente pelas empresas, mas pelas condições do mercado e da logística”, acrescentou a empresa detida pelos grupos empresariais SPI (moçambicano) e West China Cement Limited (chinês).

 

(Foto DR)

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