O Rei Mswati III de Eswatini anunciou que tenciona casar com Nomcebo Zuma, de 21 anos, filha do antigo Presidente sul-africano, Jacob Zuma, como sua 16.ª esposa. Nomcebo é filha de Zuma e da sua quinta esposa, Nonkululeko Mhlongo.

Segundo uma publicação do portal sul-africano “Scrolla” refere que em Julho, uma delegação do Rei Mswati e membros séniores da família real Zulu visitaram a propriedade de Zuma em Nkandla para a “kucela”, uma tradição que marca o início da proposta de casamento do Rei Mswati III e Nomcebo Zuma.

Segundo fontes, Nomcebo já se mudou para Eswatini e abandonou o seu último ano de estudos universitários na África do Sul. Ela planeia concluir o curso em Eswatini.

Contudo, os planos do Rei Mswati III de Eswatini de se casar com Nomcebo Zuma, filha do ex-presidente sul-africano Jacob Zuma, como sua 16.ª esposa, geram visões divergentes de analistas políticos, que descartam o seu impacto geopolítico, mas notam o potencial em fortalecer os interesses financeiros e os laços familiares entre os dois líderes.

Zuma lidera o partido político uMkhonto weSizwe (MK). A sua filha será a a 16.ª esposa de Mswati III.

Para o analista político sul-africano Mandla Hlatshwayo, esta união pode ser um movimento estratégico, que visa consolidar interesses económicos e políticos.

“O papel e a capacidade do Presidente Zuma de ser um grande embaixador da de Eswatini ou da família real suazi é uma questão incontestável, e se tornou ainda mais importante, na minha opinião, com o desenvolvimento ou o surgimento do MK como um partido político com o Presidente Zuma como seu presidente absoluto”, afirma Hlatshwayo, numa publicação da VOA.

Por sua vez, o advogado sul-africano de origem suazi e presidente do Fórum Multissetorial (MSF), Sicelo Mngomezulu, minimiza o impacto político do casamento, argumentando que o papel reduzido de Zuma na política sul-africana o torna incapaz de influenciar a política suazi.

No entanto, o advogado sul-africano prevê um fortalecimento dos laços comerciais e interesses financeiros existentes entre os dois líderes, potencialmente consolidando as dinastias Dlamini e Zuma por meio dessa união, “pois sabemos agora que o ex-presidente da África do Sul e o rei são, na verdade, parceiros de negócios de alguma forma e estiveram envolvidos nalguns negócios obscuros relacionados à lavagem de dinheiro”.

Espera-se que Zuma vá a julgamento por múltiplas acusações de corrupção e extorsão em Abril. Ele se declarou inocente das acusações.

Enquanto isso, o rei Mswati III foi criticado por sua controversa poligamia e estilo de vida de luxo.

O ex-membro do Parlamento de Eswatini, Mduduzi Simelane, refere que o casamento do rei será caro, “com o seu dote alto de 100 cabeças de gado e dois milhões de rands e todos os outros custos ocultos associados a um casamento desta natureza, coloca uma pressão significativa na economia de Eswatini”.

Simelane acrescenta que “dentro dos círculos reais, esta união também foi recebida com oposição interna entre as esposas reais (…) há muitas outras coisas que sabemos, mas não divulgaremos, mas este casamento causará um alvoroço.”

(Foto DR)