Sonangol dispersa 30% do capital via oferta pública após cumprir metas

A petrolífera estatal angolana Sonangol vai dispersar 30% do seu capital via Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla inglesa) através da bolsa, só após o cumprimento de um conjunto de metas entre 2023 e 2027, foi hoje anunciado.

A informação foi transmitida hoje pelo presidente do conselho de administração da empresa, Sebastião Gaspar Martins, tendo apontado uma série de ações a serem desenvolvidas nos próximos cinco anos antes da dispersão do capital da petrolífera em bolsa.

Aumentar a quota de produção nacional operada de petróleo bruto e gás natural para pelo menos 10% e aumentar a capacidade nacional de refinação de petróleo bruto, para reduzir a dependência de importações bem como desenvolver pelo menos um polo petroquímico, estão entre as prioridades da petrolífera.

Para o próximo quinquénio, a Sonangol propõe-se também em produzir energia elétrica a partir de fontes renováveis, aumentar a capacidade de armazenamento, otimizar e rentabilizar os serviços de logística, distribuição e comercialização de produtos refinados.

As metas da petrolífera estatal angolana foram apresentadas por Sebastião Gaspar Martins, quando falava na III Conferência Internacional Angola Oil & Gás (AOG) 2022, que se iniciou hoje na capital angolana.

O presidente da Sonangol, que interveio no painel sobre o “Outlook da Indústria de Petróleo e Gás em Angola”, realçou que a empresa que dirige prevê também, entre 2023 e 2027, “controlar e reduzir em pelo menos 20% as emissões de dióxido de carbono nas operações de exploração e produção bem como na refinação”.

Constituem ainda prioridades “aumentar a captura de carbono com a implementação do nosso Projeto Sonangol Carbono Azul, incluindo plantações de mangues, otimizar o desenvolvimento organizacional e investir no capital humano e tecnológico para o incremento da produtividade da empresa”.

“E quando todas as pré-condições forem atendidas dispersar até 30% do capital social da empresa por meio de um processo de IPO”, assinalou.

Além de prever aumentar a quota de produção operada de petróleo e gás para o mínimo de 10% até 2027, não obstante a atual quota de 210 mil barris/dia, a Sonangol “está também a construir capacidade operacional de refinação”.

“Os três novos projetos em andamento que elevarão a capacidade de refinação do país para cerca de 425 mil barris por dia bem como o aumento em 580 mil metros cúbicos da capacidade de armazenagem em infraestrutura de distribuição para atender a procura atual e futura”, rematou Sebastião Gaspar Martins.

A terceira edição da AOG 2022, que se estende até quinta-feira, decorre sob o lema “Promover uma Indústria de Petróleo e Gás Inclusiva, Atraente e Inovadora em Angola”. (Lusa)

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