Até 2025 Angola deve crescer 3%, mas abaixo da média subsaariana

Até 2025 Angola deve crescer 3%, mas abaixo da média subsaariana

A economia Angola deverá crescer 3,2% este ano, podendo acelerar até 3,6% em 2024, ao mesmo tempo que se prevê uma expansão sempre abaixo da média dos países da África subsaariana, de acordo com a FocusEconomics.

Na análise mensal sobre as economias subsaarianas, a consultora considerou que aquele pais terá um crescimento significativo num contexto de relaxamento dos bloqueios relacionadas com a pandemia, que propicia a “subida da procura interna, ao passo que o sector externo beneficia dos preços elevados das matérias-primas”.

No relatório, esta consultora sedeada em Barcelona escreve que os preços elevados do petróleo e a vontade de os países europeus diversificarem as fontes energéticas, afastando-se do gás russo, são positivos para Angola, que beneficia também de boas condições externas, melhorando as contas públicas.

Ainda assim, o crescimento previsto de 3,2% para este ano, 3,4% para 2023 e 3,6% para 2024 fica sempre abaixo da média prevista para os países da região, que deverão crescer 3,6% este ano, 3,7% em 2023 e 3,9% em 2024.

“O crescimento da África subsaariana deverá ser perto do mais alto em uma década, com excepção do valor registado no ano passado”, escrevem os analistas, vincando, no entanto, que os riscos continuam.

“Há riscos importantes que permanecem, motivados pelas consequências da guerra na Ucrânia; os défices gémeos [orçamental e externo] nalguns países estão a aumentar, e os rácios da dívida face ao PIB na região estão a ser empurrados para os níveis mais altos das últimas décadas, colocando muitos países em ‘debt distress’ [dívida demasiado elevada]”, acrescenta-se no relatório.

Os analistas estimam que a inflacção em Angola passe de 23,3% este ano para 15,5% e 10,9% nos próximos dois anos, descendo para um dígito em 2025, com 9,9%.

A inflacção, que desceu para 23% em Junho face aos 24,4% registados em Maio, “deverá continuar a abrandar na segunda metade de 2022, apesar de os fluxos de saída de capital e os elevados preços das matérias-primas serem grandes riscos para esta previsão”, concluem os analistas.

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