O Executivo moçambicano desconhece a origem das ameaças à vida (ameaças de morte) de três membros da direcção da Associação Médica de Moçambique (AMM), por conta da greve e do “braço de ferro” nas negociações.
No domingo (20), aquando da reunião que prorrogou a greve por mais 21 dias, a AMM denunciou as ameaças de vida direccionadas ao Presidente da Associação, Milton Tatia, ao vice-Presidente, Paulo Samu Gudo, e ao Secretário-geral, Napoleão Viola.
“Nos últimos dias, o tom da ameaça aumentou. Nós recebemos uma informação [segundo a qual] foi dada uma ordem superior – aquelas ordens superiores que não têm rosto e nem nome – para que os três membros da direcção da Associação Médica de Moçambique fossem abatidos”, denunciou à imprensa, Milton Tatia.
De acordo com Inocêncio Impissa, porta-voz da 30ª Sessão do Conselho de Ministros desta terça-feira, as declarações do Governo, na Sessão anterior, foram meramente explicativas e nada têm a ver com endereçar ameaças à classe médica.
“Alguém interpretou que é ameaça, mas ocorre também que toda a imprensa ou sociedade sabe que toda a relação com o funcionário é na base do diálogo e normas. Apenas lembrámos e fizemos referência. Eu interpretei algumas normas para o benefício da população e não me parece que houve ou tenha havido qualquer ameaça possível aí. Estávamos a fazer uma comunicação”, explicou Impissa.
Por outro lado, o Executivo diz que tomou conhecimento dessas intimidações através da imprensa e recomenda a AMM para seguir as vias legais de denúncias.
“O encorajamento que fazemos é que o Presidente da Associação e o grupo de colegas que tenham sido vítimas dessa ameaça deverão apresentar mais elementos à Procuradoria [Geral da República] para fazer o seu trabalho”, recomendou, notando que não é o Governo a entidade anónima a fazer as ameaças.
O vice-Ministro da Saúde, Ilesh Jani, deverá realizar uma conferência de imprensa já na quarta-feira para apresentar a situação geral do sector da saúde no país, segundo garantias de Impissa.
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