Empresários dizem estar a registar enormes prejuízos devido à instabilidade no sistema de pagamentos

Empresários dizem estar a registar enormes prejuízos devido à instabilidade no sistema de pagamentos

A Confederação das Associações Económicas (CTA), a maior entidade patronal no País, considera que a instabilidade no sistema de pagamentos e transacções está a criar impactos negativos significativos na economia e na confiança dos usuários do sistema financeiro nacional, bem como no ambiente de negócios.

Segundo o presidente do pelouro de Tecnologias de Informação e Comunicação, e de Sistema Financeiro da CTA, Paulo Oliveira, citado numa nota divulgada pela agremiação, “é constrangedor para o agente económico ou cidadão ter recursos financeiros, e não puder usufruir nem no momento, nem depois e nem dia seguinte, associado a situações de retenção dos valores monetários”.

“De modo particular, as empresas do tecido comercial que lidam com o público, portanto usando POS, são as que mais sofrem, tendo a sua facturação diária comprometida”, lamentam os empresários.

Estima-se, segundo a CTA, que cerca de 16,7 milhões de contas que enfrentam esses problemas, por exemplo, se por dia cada pessoa pretende usar um mínimo de 200 meticais para comprar algo, a economia perde cerca de 3,3 mil milhões de meticais, sobretudo neste período do final do mês.

Para Paulo Oliveira, por conta desta situação, realizar pagamentos nestes dias acarreta custos de transacção bastante elevados, associados aos custos e tempo para a ida às agências bancárias, tempo de espera e outros custos não quantificáveis como a quebra de confiança entre os clientes e os provedores de serviços, remuneração extra, afectando a credibilidade do sistema financeiro nacional além dos aspectos associados à segurança, o que mina os esforços de inclusão financeira.

“Face a gravidade desta situação estranhamos o silêncio do Órgão Regulador e outras entidades relevantes do Sistema Financeiro nacional”, acrescentou a fonte, sublinhando que a CTA entende ser crucial que o Banco de Moçambique e a própria SIMO abordem esses problemas com urgência, identificando as causas raiz dos problemas e implementando soluções eficazes o mais rápido possível.

Adicionalmente, o empresariado moçambicano insta a Rede Simo a esclarecer ao público o processo de reversão/estorno dos valores subtraídos dos utentes para garantir maior transparência do destino dos fundos e para credibilidade do todo sistema financeiro.

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