OPEP+ mantém cortes adicionais e voluntários, mas os preços reagem em alta

OPEP+ mantém cortes adicionais e voluntários, mas os preços reagem em alta

Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (o chamado grupo OPEP+) decidiram hoje deixar inalterado o actual acordo de corte da produção, deixando para Março a decisão de estender ou não os actuais cortes voluntários da produção por parte de alguns países e que se mantêm assim em vigor neste primeiro trimestre do ano, avançou a Reuters citando duas fontes do cartel.

O actual acordo da OPEP+ prevê um corte conjunto da oferta – e que vigora também durante o ano de 2024 – na ordem dos 3,66 milhões de barris/dia. No entanto, em Novembro passado, o cartel e seus aliados anunciaram um esforço extra de retirada de barris do mercado, para que a menor oferta sustentasse os preços do “ouro negro” – e que assumiu a forma de cortes voluntários da produção num volume em torno de 2,2 milhões de barris por dia, para vigorarem entre Janeiro e Março de 2024, com a Arábia Saudita a liderar este esforço.

Com efeito, a Arábia Saudita decidiu reduzir, de forma voluntária e unilateral, mais um milhão de barris por dia à sua oferta, tendo a Rússia anunciado também uma diminuição diária extra de 500.000 barris. A ideia era que este esforço adicional vigorasse durante os primeiros três meses de 2024 – e hoje foi reiterado esse compromisso.

As duas fontes citadas pela Reuters, afirmaram que estes cortes serão revistos em Março e que nessa altura será feito um anúncio. A próxima reunião formal da OPEP+ está agendada para 3 de Abril.

O grupo de produtores e exportadores de crude decidiu-se assim pelo status quo, seguindo a recomendação do Comité Ministerial Conjunto de Monitorização (JMMC) da OPEP+.

Os preços do “ouro negro” seguem agora em alta, animados por este anúncio. O West Texas Intermediate (WTI), “benchmark” para os Estados Unidos, segue a somar 0,87% para 76,51 dólares por barril. Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 0,72% para 81,13 dólares.

As cotações têm estado a ser sustentadas neste arranque de ano pela expectativa do início de um ciclo cortes dos juros directores por parte dos bancos centrais, bem como pelo aumento das tensões geopolíticas, nomeadamente os ataques dos Houthis do Iémen contra embarcações – como petroleiros – que passam pelo Mar Vermelho em direcção ao Canal do Suez.

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