A consultora Oxford Economics considera que a estabilidade na província de Cabo Delgado e implementação da estratégia contra a corrupção serão fundamentais para Moçambique melhorar o ‘rating’ sobre a credibilidade das emissões de crédito soberano.
Os analistas do departamento africano da consultora britânica Oxford Economics divulgaram hoje que “para Moçambique reduzir substancialmente os riscos sobre a sua credibilidade das emissões soberanas e melhorar o ‘rating’, é crítico que o governo aumente os esforços para finalizar a sua estratégia anti-corrupção, ao mesmo tempo que garante a estabilidade na província de Cabo Delgado através de uma melhor disponibilização de ajuda humanitária e intervenções militares eficazes”.
No comentário à manutenção do ‘rating’ de Moçambique por parte da Fitch Ratings, na semana passada, em CCC+ e à retirada da atribuição de uma nota devido à falta de credibilidade das informações sobre as emissões locais, a Oxford Economics diz que “estas acções são necessárias para o país manter a consolidação orçamental e o crescimento económico”.
Citado pela Lusa, a Fitch Ratings decidiu em 12 de Agosto manter o ‘rating’ de Moçambique em CCC+, tendo deixado de avaliar as emissões soberanas em moeda local devido à “ausência de informação credível” sobre atrasos nos pagamentos.
Os consultores na nota enviada aos clientes lembram que as exportações de gás natural e o aumento do crescimento económico, que deverá passar de cerca de 4%, em 2022, para mais de 6%, este ano, “não são suficientes para melhorar o ‘rating’ do país”.
“Antevemos agora, tal como a Fitch, que o desenvolvimento dos trabalhos da TotalEnergies perto de Palma, em Cabo Delgado, parados desde Abril de 2021, só recomece no primeiro trimestre de 2024”, lê-se ainda na análise, que conclui que “o projecto está a enfrentar desentendimentos entre os empreiteiros devido aos custos e os insurgentes continuam activos nos distritos perto de Palma”.
A província de Cabo Delgado enfrenta há quase seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
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