As Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), alertou hoje que “mais de 800.000 pessoas” poderão fugir dos combates mortais no Sudão devido aos confrontos militares.
Segundo o Alto Comissário das Nações Unidas, Filippo Grandi, até ao momento, pelo menos 73.000 pessoas chegaram aos países vizinhos do Sudão desde o início dos combates, em meados de Abril.
“O ACNUR, juntamente com os governos e os parceiros, está a preparar-se para a possibilidade de mais de 800.000 pessoas fugirem dos combates no Sudão para os países vizinhos”, afirmou Filippo Grandi na sua conta da rede social Twitter, citado pela Lusa.
Filippo Grandi, acrescentou que: “esperamos que não chegue a esse ponto, mas se a violência não acabar, veremos mais pessoas obrigadas a fugir do Sudão em busca de segurança”.
Esta é a primeira vez que o ACNUR publica um número tão preciso para quantificar o número de pessoas que poderão fugir para os países vizinhos.
A agência da ONU para os refugiados tinha anteriormente mencionado “centenas de milhares” de pessoas.
Até agora a maioria das pessoas fugiu para o Chade e para o Sudão do Sul.
Em 25 de Abril, o ACNUR tinha indicado que 270.000 pessoas poderiam refugiar-se nestes dois países, mas não deu pormenores sobre outros países vizinhos do Sudão, que também partilha fronteiras com o Egipto, a Etiópia, a Eritreia, a Líbia e a República Centro-Africana.
Os combates, que já fizeram centenas de mortos, opõem desde 15 de Abril as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) e o exército sudanês, na sequência de tensões sobre a reforma do exército e a integração dos paramilitares nas forças regulares, no âmbito de um processo político que visa repor o país na via democrática, após o golpe de Estado de 2021.
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