Conflitos e golpes de Estado dominam Cimeira da União Africana

Conflitos e golpes de Estado dominam Cimeira da União Africana

A insegurança no continente africano deve dominar hoje a 36.ª Cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA), que inclui, entre os convidados, o primeiro-ministro português, António Costa, e o secretário-geral da ONU, António Guterres.

A crise no Sahel e no leste da República Democrática do Congo (RDCongo) têm dominado os temas das reuniões à margem que antecederam a cimeira e outros assuntos de relevo, como a zona de livre-comércio, a insegurança alimentar (acentuada pela invasão da Ucrânia) ou o combate às alterações climáticas, têm menos destaque.

“Sem paz, é difícil encontrar soluções”, admitiu na sexta-feira a comissária para a Agricultura e Economia Rural pela União Africana, a angolana Josefa Sacko, numa conferência sobre o seu sector, citada pela Lusa.

No dia da cimeira, o Sahel será um dos temas fortes, até porque além dos conflitos internos, associados ao extremismo islâmico, há três países com lideranças nascidas a partir de golpes de Estado.

A cimeira de chefes de Estado e de Governo, entre 18 e 19 de Fevereiro, vai analisar um relatório sobre as actividades do Conselho de Segurança (CPS) da organização e o estado de paz e segurança em África, bem como um documento estratégico sobre governação política, financeira e energética global, a ser apresentado pelo Presidente senegalês, Macky Sall.

A situação militar vai também estar em foco, depois de, no ano passado, os governos de quatro países-membros, Mali, Guiné-Conacri, Sudão e Burkina Faso, terem sido suspensos da UA, na sequência de golpes de Estado.

A instabilidade na República Centro-Africana e no Mali, onde actua o grupo Wagner, mercenários apoiados pelo Kremlin, e a crise no norte de Moçambique, palco de ataques de extremistas islâmicos, são outros temas associados à insegurança no continente.

As questões relacionadas com a crise alimentar mundial, as alterações climáticas e a zona de comércio livre continental são outros temas fortes da cimeira, que vai ainda eleger o sucessor do Senegal na presidência da UA.

Partilhar este artigo

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.