A Ucrânia abriu 5.600 investigações por alegados crimes de guerra cometidos no território, desde o início da invasão russa, disse este domingo a procuradora-geral ucraniana Iryna Venediktova.
Em declarações à estação de televisão Sky News, a procuradora considerou o presidente russo Vladimir Putin como “o principal criminoso de guerra do século 21”, e afirmou ter identificado 5.600 casos de supostos crimes de guerra, bem como 500 criminosos de guerra russos.
Aludindo ao ataque que teve como alvo a estação de Kramatorsk (leste), no qual 52 civis, incluindo cinco crianças, foram mortos num ataque atribuído a um míssil russo, Iryna Venediktova disse ter “provas” de que a Rússia estava por trás do ataque.
“Absolutamente, é um crime de guerra”, disse, ressalvando que “essas pessoas só queriam salvar as suas vidas, queriam sair” da região.
A procuradora agradeceu ainda ao primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que visitou Kiev no sábado como parte de uma viagem inesperada onde se encontrou com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e prometeu novas armas à Ucrânia.
É “realmente um grande apoio para nós”, disse Venediktova sobre a visita de Johnson, a primeira de um responsável do G7 à Ucrânia desde o início da invasão.
Na semana passada, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky anunciou a criação de um “mecanismo especial” para “investigar e processar todos os crimes dos ocupantes” do país, acrescentando que o mesmo funcionaria com base no “trabalho conjunto de especialistas nacionais e internacionais”.
“Este mecanismo ajudará a Ucrânia e o mundo a levar à justiça aqueles que iniciaram ou participaram de alguma forma nesta terrível guerra contra o povo ucraniano e crimes contra o nosso povo”, explicou o chefe de Estado.