Os trabalhadores afectos ao sector de operações de extracção de carvão mineral na mina de Moatize, na província de Tete, dizem que a Vulcan Mozambique aplica maus-tratos aos seus funcionários.
Esse grupo de trabalhadores, cujos contratos foram celebrados com a Vale Moçambique, afirma que já prestou serviços para a Vulcan Mozambique em outros projectos, e, por essa experiência, não quer ver o trespasse de seus contratos para esta firma de origem indiana. “Tem fama de tratar mal o trabalhador”.
Os trabalhadores, que há dias paralisaram as actividades na mina, exigem que a Vale Moçambique os indemnize para poderem celebrar novos contratos com a Vulcan Mozambique.
“A Vale deve pôr o ponto final ao acordo que tem connosco e indemnizar-nos para depois decidirmos se queremos ou não trabalhar com o novo patrão”, explicou um dos trabalhadores.
Numa nota de esclarecimentos tornada pública na terça-feira, a companhia indiana confirma a ocorrência de uma paralisação parcial de operações por um grupo de trabalhadores afectos à secção de extracção na mina de carvão de Moatize, desde a noite do dia 11 de Maio.
A Vulcan Mozambique reconhece que a paralisação das actividades tem afectado a produção normal. Neste momento ainda não é possível contabilizar as perdas em termos financeiros.
Uma fonte ligada à empresa esclareceu que o “trespasse” é uma modalidade contratual perigosa para o trabalhador, porque há quem já está na empresa há vários anos e em caso de dispensa, pelo novo patronato, corre o risco de não ver reconhecido o período em que ficou empregue na mineradora.
A empresa mineira brasileira Vale concluiu recentemente a operação de venda de activos na exploração de carvão nas minas de Moatize à indiana Vulcan Minerals, num negócio de 270 milhões de dólares.
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