“Tráfico de drogas floresce graças a facilidades dadas pela Frelimo”

“Tráfico de drogas floresce graças a facilidades dadas pela Frelimo”

O negócio da droga em Moçambique só prospera graças a protecção e/ou envolvimento do partido Frelimo ou de figuras ligadas a ele.

Em finais do mês de Novembro de 2022 o Serviço Nacional de Investigação Criminal da Zambézia apresentou, na cidade de Quelimane, dois funcionários do Estado detidos no Estabelecimento Penitenciário da Província da Zambézia por indícios de envolvimento no tráfico de drogas pesadas.

Trata-se de um professor da Escola Secundária Bonifácio Gruveta, posto administrativo de Macuse, distrito de Namacurra, e de um tenente das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, afecto na Base Naval de Macuse.

Além dos dois detidos, as autoridades suspeitam que estejam envolvidas no tráfico de drogas algumas personalidades, incluindo um deputado da Assembleia da República, eleito pelo círculo eleitoral da Zambézia.

Para se apurar a veracidade dos factos, a Comissão Permanente da Assembleia da República constituiu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que deve apresentar os resultados no próximo dia 2 de Fevereiro.

Tendo em conta os últimos desenvolvimentos, a CPI não deve trazer grandes novidades, como era de esperar. Antes mesmo de a CPI ir ao terreno, o SERNIC na Zambézia veio negar que tenha dito que havia um deputado envolvido no caso.

De resto não há qualquer surpresa nisto. A droga move milhões de dólares. São esses dólares que financiam o partido Frelimo.

Um estudo da autoria de Joseph Hanlon intitulado “Heroína continua sendo uma das maiores exportações” indica que todos os anos são movimentados entre 10 e 40 toneladas de heroína, ou mesmo muito mais, através de Moçambique.

Com um valor de exportação de 20 milhões de US$ por tonelada. Segundo esse estudo de 2018, estima-se que pelo menos 2 milhões de US$ por tonelada ficam em Moçambique, na forma de lucros, subornos e pagamentos a figuras seniores moçambicanas.

De resto não há qualquer surpresa nisto. A droga move milhões de dólares. São esses dólares que financiam o partido Frelimo.

No dia 1 de Junho de 2010 o então-Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, designou Mohamed Bachir Suleman (MBS) barão de drogas.

“Acredita-se que MBS ainda controla uma grande parte do negócio da heroína que passa por Moçambique, mas a importância da sua posição e das famílias a ele ligadas parece ter diminuído”, pode ler-se no estudo que temos vindo a citar.

Sé um dos principais financiadores das campanhas da Frelimo desde os tempos de Joaquim Chissano. Acredita-se que esse financiamento é uma forma de “massagear” o sistema para continuar a garantir protecção.

Um relatório da Iniciativa Global contra o Crime Organizado Transnacional publicado recentemente indica que, na África Austral, os portos de Pemba e de Nacala estão entre os mais importantes no tráfico de droga. De acordo com esse relatório, os países do Leste e do Sul da África podem estar a receber mais drogas em relação à América Latina.

O Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e o Crime alertou, em 2019, que Moçambique se tornou num corredor de grandes volumes de substâncias ilícitas, principalmente heroína e recomendou uma maior cooperação internacional para a prevenção. (Texto: Centro para Democracia e Desenvolvimento)

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