Bastou uma única sessão em Wall Street para a Tesla desfazer todos os ganhos dos últimos tempos. A empresa criada por Elon Musk já perdeu 126 mil milhões de dólares na bolsa de Nova Iorque depois do multimilionário ter garantido a compra do Twitter.
Só ao dia de ontem, a empresa perdeu 12,18% na bolsa, o que equivale a 21 mil milhões de dólares, dinheiro esse que serve para a aquisição de metade da rede social.
Segundo o jornal Económico, esta quebra mostra que os investidores e detentores de acções da fabricante automóvel eléctrica não estão satisfeitos com a nova aposta do homem mais rico do mundo, fazendo cair por terra todas as perspectivas de que Musk iria somar ainda mais fortuna com a compra do Twitter.
A quebra de 12,2% das acções da Tesla para 876,42 dólares é a maior queda diária registada desde o passado dia 27 de Janeiro, dia em que a empresa recuou 12% depois de apresentar os resultados do quarto trimestre do ano passado, que ficaram aquém das expectativas dos analistas.
No entanto, a queda é ainda maior quando analisada pela perspectiva geral. Desde que Musk anunciou a compra de 9,2% do capital da rede social, as acções da marca de carros mais valiosa do mundo caíram mais de 22%, passando de 1.145 dólares para 887 dólares, o que significa a perda total dos 126 mil milhões de dólares.
Um analista consultado pela “Reuters” apontou que a desvalorização dos títulos da empresa se deve às preocupações com a falta de foco de Musk. Na ideia dos investidores, a compra do Twitter vai levar a que o multimilionário se foque no novo negócio e deixe a Tesla para segundo plano.
Mas não é só o foco que levou a que milhares de investidores retirassem o seu dinheiro da Tesla. Muitos não gostaram do plano de financiamento proposto pelo próprio Musk para a compra do Twitter, em que metade do dinheiro será proveniente da Tesla.
Assim, do total dos 44 mil milhões de dólares, apenas 22 mil milhões seriam de Musk, com o magnata a ter de ir buscar o restante financiamento às suas acções da empresa. Com as suas acções avaliadas em 180 mil milhões de dólares, Musk teria de se desfazer de alguns títulos para conseguir o financiamento prometido.
Confirmando-se que o dinheiro provém da fabricante automóvel, esta será a segunda venda em poucos meses, depois de ter despachado 10% dos seus títulos no primeiro trimestre, o equivalente a 17,5 milhões de euros, dinheiro esse que serviu para o pagamento de impostos.
Outro analista ouvido pela publicação acredita que “se o preço das acções da Tesla continuarem em queda livre, isso vai prejudicar as suas finanças”. Assim, depois de várias críticas à compra, Musk poderia afundar duas empresas de uma única vez.
Sabe-se que a outra metade do financiamento chegará na forma de empréstimos da banca e de um consórcio de sete bancos dos EUA, entre os quais Morgan Stanley, Barclays, BoA, BNP Paribas, MUFG, Mizuho e Societé Générale.
Sobre o Twitter, o plano de Musk é retirar a empresa da bolsa nova-iorquina, assegurando a liberdade de expressão que tem pregado. O objectivo final de Musk é reduzir o controlo do conteúdo publicado na rede social, um trabalho que tem sido desenvolvido nos últimos anos para mitigar a desinformação e discurso de ódio, que levou.