O Governo vai descentralizar o tratamento químico de cajueiros com as empresas privadas, sendo que são essas que passarão a fazer o trabalho de pulverização. A medida visa incentivar o sector privado a contribuir na produção de castanha de caju no país.
“Quando o Governo criou o Instituto de Amêndoas, era apenas para alavancar a produção de castanha de caju, incentivando o sector privado a apostar neste negócio que é bastante rentável. De acordo com o plano, a previsão é que, até finais deste mandato, o Governo deixe de subsidiar o tratamento químico de cajueiros,” explicou Ilídio Bande, director-geral do Instituto de Amêndoas de Moçambique.
O Instituto Nacional de Amêndoas é a entidade responsável por elaborar um plano que garanta a transferência dos serviços de pulverização de cajueiros para o sector privado.
“Estamos, neste momento, a trabalhar no desenho dos modelos que são ideais para aplicação desta iniciativa de modo a motivar o sector privado a entrar neste negócio”, revelou Ilídio Bande.
Com a entrada do sector privado no processo de pulverização de cajueiros, o Instituto de Amêndoas de Moçambique espera impulsionar a indústria da castanha de caju, uma vez que o Governo não tinha capacidade financeira para ajudar todos os produtores do país.
“Temos a média de 20 milhões de cajueiros produtivos e, dentro da nossa capacidade financeira, conseguimos pulverizar apenas cerca de oito milhões de cajueiros. Isso significa que temos cerca de 12 milhões de árvores que deveriam ser pulverizados e resultar em produção. Portanto, pensamos que esse espaço pode ser ocupado pelo sector privado”, referiu Ilídio Bande.
Além de aliviar os cofres do Estado, de acordo com as previsões do Governo, o envolvimento do sector privado no tratamento químico de cajueiros vai permitir que Moçambique volte a constar da lista dos maiores produtores de castanha de caju no mundo, tal como era na década de 70.
“Se conseguirmos pulverizar todos os campos de cajueiros que existem no país, poderemos voltar a produzir cerca de 200 mil toneladas em cada campanha agrícola e a castanha de caju, especialmente a que é produzida em Cabo Delgado, é de alta qualidade e uma das mais procuradas no mercado”, disse Ilídio Bande.
Actualmente, o Governo gasta cerca 400 milhões de meticais por ano, para tratamento químico de pouco mais de oito milhões de cajueiros.
Moçambique conta com cerca 150 mil produtores e produz 150 mil toneladas em cada campanha agrícola.